Jorginho chama Renan de “ladrão”, e briga precisa ser contida por senadores
Os dois parlamentares discutiram após Calheiros acusar governo Bolsonaro de corrupção
Thamirys Andrade - 23/09/2021 12h50 | atualizado em 23/09/2021 13h37
Os senadores Renan Calheiros (MDB) e Jorginho Mello (PL) protagonizaram, nesta quinta-feira (23), um dos momentos mais conflituosos da CPI da Covid-19. Em meio a gritos de “vagabundo” e “ladrão”, os dois parlamentares precisaram ser contidos pelos colegas para que não entrassem em confronto físico.
O desentendimento teve início após Calheiros, relator da comissão, afirmar que o governo de Jair Bolsonaro é corrupto, durante a oitiva do diretor da Precisa Medicamentos, Danilo Trento.
– Foi empresa dessa gente [a] escolhida pelo presidente para comprar vacina. Ele preferiu esse tipo de negociação. É por isso que tem aumentado a cada dia a percepção de que o governo é um governo corrupto – assinalou Renan.
Neste momento, o senador Jorginho Mello decidiu sair em defesa do presidente da República, declarando que “não foi o governo que escolheu [as empresas]. Foram os picaretas que tentaram vender”.
Calheiros não gostou de ser interrompido e apontou que não deu a palavra ao senador e que, por esse motivo, ele não poderia se pronunciar.
– Eu não permito que me interrompam. Pode defender o seu presidente da República quando quiser. Na hora que eu falo, não – disparou Calheiros, em tom de voz já elevado.
O senador Jorginho reagiu dizendo que iria interromper com ou sem permissão e completou: “Vá para os quintos!”
– Vá vossa excelência, com o seu presidente e o Luciano Hang – rebateu Renan.
O parlamentar governista se irritou ao ter o dono da rede de lojas Havan envolvido e disse ao relator para “lavar a boca para falar do Luciano Hang, um empresário decente, um homem honrado”.
– Vá lavar a tua, vagabundo – respondeu Calheiros.
Jorginho reagiu ao xingamento acusando Calheiros de ser “ladrão e picareta”. As palavras usadas elevaram a tensão, e, neste ponto, o relator deixou a tribuna para tirar satisfações com Jorginho no plenário da comissão, fato inédito mesmo nos momentos de maiores confrontos do colegiado.
O presidente da CPI, Omar Aziz, tentou apaziguar os ânimos, enquanto os demais senadores se aglutinaram em torno dos dois parlamentares, para contê-los fisicamente e evitar uma briga ainda maior.
A sessão ficou parada por dez minutos até que os ânimos se acalmassem e Renan Calheiros retornasse à tribuna, para que o depoimento de Danilo Trento fosse retomado.
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