Jair Bolsonaro marca telefonema com presidente da Ucrânia
Segundo registros oficiais, será a primeira vez que os líderes conversarão após início da guerra com Rússia
Thamirys Andrade - 11/07/2022 13h46 | atualizado em 11/07/2022 15h36
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (11) que tem um telefonema acertado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no próximo dia 18. Caso se concretize, será a primeira vez, de acordo com registros oficiais, que os líderes falarão por telefone após a eclosão da guerra entre ucranianos e russos. A declaração de Bolsonaro foi feita após ele se reunir, no Palácio do Planalto, com a presidente da Hungria, Katalin Novák.
– Também trocamos algumas observações sobre o conflito que acontece ali próximo à Hungria, a questão Rússia e Ucrânia. Eu disse que no próximo dia 18 tenho um telefonema acertado com o Zelensky, assim como depois da minha visita à Rússia, antes do conflito, tive uma outra conversa com o presidente Putin – declarou Bolsonaro, em referência ao que foi tratado no encontro com a política húngara.
Em 26 de junho, Bolsonaro anunciou, durante conversa com apoiadores, que o Brasil poderia comprar diesel da Rússia. A negociação foi feita em ligação telefônica com o presidente do país, Vladimir Putin, confirmada pelo ministro de Relações Exteriores, Carlos França. Hoje, o chefe do Executivo disse que o combustível fóssil poderia chegar ao Brasil em dois meses.
– Está acertado. Em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo. Parece que as sanções econômicas não deram certo, tanto é que a Alemanha teve agora 40% do gás cortado – afirmou Bolsonaro a jornalistas, em referência às sanções impostas pela comunidade global ao governo russo devido à guerra na Ucrânia.
Também, nesta segunda, o presidente voltou a defender a viagem que fez à Rússia em fevereiro. Bolsonaro disse que conseguiu, com a visita ao contraparte russo, garantir o fornecimento de fertilizante para o agronegócio brasileiro.
– O Brasil manteve sua posição de equilíbrio. Lógico que eu gostaria que não tivesse guerra – declarou.
Na fala à imprensa, após se reunir com a presidente da Hungria, Bolsonaro afirmou que os dois conversaram sobre “várias questões de interesse comercial”, além de possíveis acordos no futuro. A chefe de Estado é aliada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, símbolo da direita mundial e com quem Bolsonaro compartilha a pauta conservadora.
– Temos muita coisa em comum, em especial a defesa dos valores familiares. Somos pela liberdade religiosa, pela liberdade de imprensa. E eu disse-lhe agora há pouco que tenho um rito de todo dia antes de levantar e antes de vir para a Presidência, dobrar o joelho, rezar um Pai-Nosso, e pedir para que o povo brasileiro não experimente as dores do comunismo – declarou o presidente.
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