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Já no 1º discurso, Lula mente ao dizer que foi “inocentado”

Ex-presidente se pronunciou nesta quarta-feira (10)

Gabriela Doria - 10/03/2021 17h08 | atualizado em 10/03/2021 17h17

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou para apoiadores nesta quarta-feira Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula cometeu deslizes e imprecisões em seu primeiro discurso oficial nesta quarta-feira (10), após ter as condenações no âmbito da Lava Jato anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu pronunciamento, o líder petista chegou a dizer que “foi inocentado” por Fachin.

– Fiquei feliz com a verdade. [Fachin] reconheceu que nunca teve crime cometido por mim – disse o petista.

No entanto, o ministro não inocentou Lula. Em sua decisão, Fachin reconheceu apenas que a Vara Federal de Curitiba não tinha a competência para julgar o caso, e sim a Justiça Federal de Brasília, para onde Fachin enviou a ação. Por este motivo, o ministro anulou as condenações impostas pelo então juiz Sergio Moro.

Ainda assim, o processo contra Lula pode ser reiniciado em Brasília, uma vez que o mérito da questão (a culpa do petista) não foi julgada por Fachin.

“MAIOR MENTIRA JURÍDICA EM 500 ANOS”
Em seu primeiro pronunciamento público após a anulação de suas condenações no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (10), que foi vítima da “maior mentira jurídica contada em 500 anos de história” do Brasil.

Comparando-se a um escravizado que sofre chibatadas e só escaparia da tortura se pedisse desculpas ao “dono”, o petista disse que não está magoado com os julgamentos transcorridos até aqui, apesar de, na sua visão, ter razão para mágoa.

Lula lembrou o momento em que, em abril de 2018, deixou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, de onde discursa agora, para se entregar à Polícia Federal (PF), após a determinação de sua prisão.

– Fui contra minha vontade, porque sabia que estavam prendendo um inocente. Tomei a decisão de me entregar porque não seria correto aparecer na capa de jornais como fugitivo. Tomei a decisão de provar minha inocência dentro da sede da PF, perto do juiz Moro – afirmou.

O ex-presidente sustentou que, por consciência do que acontecia no Brasil, tinha certeza, mesmo ao se entregar, de que chegaria o dia em que ele provaria sua inocência.

– A quadrilha de procuradores e o Moro entendiam que a forma de me pegar era me colocar na Lava Jato. Ontem, a verdade prevaleceu, dita pelo ministro Gilmar Mendes, pelo Ricardo Lewandowski e até pela Cármen Lúcia – comentou, em referência à retomada do julgamento do habeas corpus em que sua defesa pede a suspeição do ex-juiz federal.

Apesar de celebrar a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgá-lo nos processos da Lava Jato, Lula garantiu que continuará brigando na Corte para que Moro seja considerado suspeito.

– Moro não tem direito de se tornar o maior mentiroso do Brasil e ser considerado herói – emendou o ex-presidente.

Com a sessão desta terça-feira (9), o placar na Segunda Turma do STF está empatado em 2 a 2. O julgamento foi suspenso após pedido de vistas (mais tempo para análise), feito pelo ministro Kassio Nunes Marques.

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