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Irmão de Miranda diz que trocou de celular e não entrega prints

Servidor do Ministério da Saúde alega não ter conversas originais em que supostamente foi pressionado sobre contrato

Gabriela Doria - 19/07/2021 17h54 | atualizado em 19/07/2021 19h17

Irmãos Luis Ricardo e Luis Miranda são pivôs de denúncia contra o Ministério da Saúde Foto: Agência Senado/Edilson Rodrigues

O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e pivô de uma denúncia de corrupção num contrato do governo federal para a compra da vacina indiana Covaxin, disse em depoimento à Polícia Federal que não possui o arquivo das conversas em que supostamente foi pressionado por superiores a prosseguir com a compra do imunizante da Bharat Biotech.

No interrogatório, que aconteceu na última quarta-feira (14), Miranda alegou que trocou seu celular e não salvou os arquivos originais do antigo aparelho. De acordo com a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, a mudança de celular ocorreu depois de março, mês em que os irmãos afirmam ter feito as denúncias ao presidente Jair Bolsonaro.

O autor da denúncia contra figurões do Ministério da Saúde disse também que fez os prints das conversas e que encaminhou todo o material ao seu irmão. Tais prints não foram entregues à PF.

Investigadores consideraram estranhas a troca de celular e a perda dos arquivos das conversas, sobretudo por se tratarem de provas que embasariam as denúncias apresentadas pelos irmãos Miranda.

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) passou a considerar que prints de WhatsApp são inválidos como provas se não houver acesso aos arquivos originais, ou seja, sem o telefone onde ocorreu a conversa.

Ao jornal O Globo, o deputado Luis Miranda confirmou que o irmão não tinha feito backup dos arquivos.

– Perguntaram na PF se ele tinha o backup das conversas, e meu irmão informou que não tinha. Ele troca de aparelho há anos e nunca fez esse procedimento. Ele já tinha feito os prints das conversas e enviou todo material para mim. Se a PF me pedir, entrego tudo. A CPI já tem tudo. Eles também podem periciar o celular do Roberto Dias e comprovar que o que meu irmão diz é a verdade. Eu tenho tudo guardado. Meu irmão, por ser funcionário público, não tem essa visão. Para ele, os prints já eram suficientes – afirmou o deputado.

O parlamentar também questionou a atuação da PF sobre o caso.

– Meu irmão saiu da PF sem cópia de seu depoimento, com o argumento de que era sigiloso. Agora, vemos algumas informações surgirem e com questionamentos dúbios. Não temos problemas com a publicidade dos fatos. Tudo que ele falou aos policiais falou na CPI – disse o parlamentar.

Miranda irá depor à PF nas próximas semanas.

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