Iniciativa criará sinais em Libras para nomes do conservadorismo
Ação partiu do gabinete do deputado distrital Thiago Manzoni
Natalia Lopes - 10/03/2023 17h56 | atualizado em 10/03/2023 18h20
Uma das bandeiras do deputado distrital Thiago Manzoni (PL-DF) é a inclusão de surdos e o seu gabinete conta com uma intérprete de Libras, Vânia Rocha. Visando beneficiar toda a comunidade, um grupo de trabalho foi firmado para a criação de um glossário de nomes e termos do conservadorismo.
A necessidade foi sentida durante o planejamento de divulgação do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Pagador de Impostos e da Liberdade Econômica da Câmara Legislativa, liderada pelo parlamentar. Na ocasião, descobriu-se que, Margaret Thatcher, primeira-ministra da Europa e símbolo da luta pela liberdade econômica, não tinha um sinal que a identificasse na comunidade surda.
A fim de sanar a ausência de sinais para personalidades do conservadorismo, a intérprete Vânia Rocha realizou uma reunião com autoridades da comunidade surda, nesta quinta-feira (9). O professor adjunto de Libras da UNB, Messias Ramos Costa, a doutora na área de educação pela UFSC, Karin Strobel e o doutor em estudos da tradução pela UFSC, atuante como professor no Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, Nelson Pimenta, concordaram em fazer parte do grupo de forma voluntária. Também comporá o grupo de trabalho, o mestre em educação, Fabiano Guimarães, que foi intérprete do ex-presidente Bolsonaro.
O foco do grupo de trabalho será a criação de sinais, para que os conceitos do conservadorismo sejam compreendidos, também em Libras. Será um trabalho de inclusão, no qual os surdos poderão se inserir e participar do debate político.
– Nós temos grandes expoentes do conservadorismo e do liberalismo, como Margaret Thatcher, Roger Scruton, Winston Churchill e outros. Então, esse trabalho tem uma grande relevância, porque apresentará essas personalidades aos surdos e a importância desse trabalho vai para além do conservadorismo – explicou o deputado Manzoni.
Durante a reunião, Vânia contou que ficou surpresa ao descobrir que Margaret Thatcher, protagonista da liberdade econômica, não tinha um sinal próprio.
– Mesmo na Inglaterra, país de Margaret Thatcher, não existe o sinal do nome dela, pois conversei com uma pessoa da comunidade surda de lá, e eles desconhecem o sinal. Eles fazem datilologia [soletração] para se referir à Thatcher – explicou Vânia.
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