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Indigenista demitido “ataca” presidente da Funai em Madri

Após ser ofendido, Marcelo Xavier deixou o evento. Momento é gravado e repercute na web

Gabriel Mansur - 21/07/2022 17h00 | atualizado em 21/07/2022 18h02

Marcelo Xavier, presidente da Funai Foto: Mário Vilela/Funai

Um indigenista brasileiro ofendeu o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, nesta quinta-feira (21), durante assembleia geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e Caribe (Filac), em Madri, capital da Espanha.

Ao notar a presença de Xavier, o brasileiro Ricardo Rao levantou de seu assento e, gritando, fez as acusações contra Xavier, que optou por deixar o local. O momento foi gravado em vídeo e repercutiu nas redes sociais.

– Este homem não pertence a este local. Não é digno de estar aqui. O Itamaraty é uma vergonha. O Itamaraty está sendo babá de miliciano. Marcelo Xavier é um miliciano. Este homem é um assassino. Este homem é responsável pela morte de Bruno Pereira [e] pela morte de Philips. Você é um miliciano, Xavier. Bandido. Vai embora mesmo, vai para fora – disparou.

Assista ao vídeo:

O caso ocorreu após o ex-servidor da fundação, Ricardo Rao, ter acusado Xavier de ser o responsável pelo genocídio dos povos indígenas e pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, na Amazônia, quando faziam uma expedição.

Após as acusações, o presidente da Funai se levantou e deixou a sala onde acontecia o evento. Ele chegou a falar algo para a plateia antes de se retirar do local. A Funai, em nota, repudiou os ataques verbais e destacou que “tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente”.

Eles ressaltaram que o presidente da Funai optou por sair voluntariamente do local, por “motivos de segurança”, e disse que legalmente Rao será “objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização por danos morais”.

RIXA ANTIGA
Em 2020, Rao foi exonerado do cargo de indigenista especializado da Funai pelo próprio Xavier. Ele era coordenador regional no Maranhão. Ele relata que fugiu para a Europa, onde mora atualmente, porque vinha sofrendo ameaças.

– O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da Funai até o ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio probatório – explica a nota divulgada pela fundação.

NOTA DA FUNAI NA ÍNTEGRA
A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público manifestar repúdio aos ataques verbais proferidos contra o presidente da fundação, Marcelo Xavier, nesta quinta-feira (21), em Madri, na Espanha, durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).

A Funai lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser sempre pautado no respeito entre as partes. A fundação entende que não se constroem políticas públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são compatíveis com o Estado Democrático de Direito.

A fundação informa ainda que, sobre o caso, foram tomadas providências junto à Polícia Judiciária da Espanha. É importante ressaltar que, por motivos de segurança, o presidente da Funai optou por sair voluntariamente do local do evento, dada a atitude hostil e agressiva do manifestante. Inclusive, os lamentáveis ataques serão objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização por danos morais.

O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da Funai até o ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio probatório. Por fim, a fundação reforça que, enquanto instituição pública, calcada na supremacia do interesse público, não coaduna com nenhum tipo de conduta ofensiva, repudia qualquer forma de desrespeito e segue aberta ao diálogo com os diferentes setores da sociedade.

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