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Impeachment de Bolsonaro e eleições da Câmara racham MBL

Integrantes se dividiram acerca do apoio a Baleia Rossi e Marcel Van Hattem

Thamirys Andrade - 22/01/2021 11h12 | atualizado em 22/01/2021 14h09

colagem mbl: mamãe falei arthur do val, renan santos e fernando holiday
Arthur do Val, Renan Santos e Fernando Holiday são algumas das figuras mais famosas do movimento Foto: Reprodução

O Movimento Brasil Livre (MBL) sofreu uma divisão interna motivada pela eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, e pelos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto alguns apoiam o candidato Baleia Rossi (MDB-SP), outros endossam a candidatura de Marcel Van Hattem (Novo). A desarmonia de opiniões é reflexo do deputado federal do Novo ter se manifestado contrário a abrir um processo para o afastamento do presidente da República durante seu possível mandato como chefe da Câmara.

O MBL ficou famoso por liderar os protestos pela destituição da presidente Dilma Rousseff em 2016. Inicialmente apoiadores de Jair Bolsonaro, eles se distanciaram do discurso do presidente ao longo do mandato e impulsionaram o termo “bolsopetismo”, que aproximaria os apoiadores do chefe do executivo aos da ex-presidente, filiada ao Partido dos Trabalhadores.

O racha nas opiniões do grupo se tornou evidente após Van Hattem afirmar em entrevista à Jovem Pan na última terça-feira (19) que não via motivos para o afastamento de Bolsonaro em razão da pandemia e que “impeachment sem crime de responsabilidade é tumulto na democracia”. Após receber críticas de integrantes do MBL, o deputado federal disse que está sendo alvo de uma “campanha de destruição de reputação”. Hattem já foi militante do MBL.

Um dos coordenadores e principais rostos do movimento, Renan Santos rebateu as afirmações de Marcel, dizendo que as críticas se baseiam em uma dissonância política, não em motivos pessoais.

– Destruição de reputação é o que o bolsonarismo fez conosco por anos e aturamos sozinhos. Ninguém nos defendeu. Quando atacaram Marcel no ano passado, nos solidarizamos. Defendemos ele. Quando a esquerda fez ilações canalhas contra ele num programa de TV, defendemos. Aquilo ali é destruição de reputação. Chamá-lo de “Van Rato” como o bolsonarismo faz, também – disse.

O deputado estadual Arthur do Val “Mamãe Falei”, outro líder do movimento, entrou na discussão e afirmou que Van Hattem devia a escolher de que “lado” militaria.

– Marcel Van Hattem, ninguém está “assassinando sua reputação”. O fato é que o muro é um lugar instável. Humilde conselho de quem gosta de você: escolha seu lado. Logo – escreveu nas redes sociais.

Em meio à crescente discussão, o vereador Fernando Holiday, outra figura importante do MBL, veio à público com um posicionamento contrário aos dos seus colegas.

– A melhor alternativa é Marcel Van Hattem, não significa aderir ao Bolsonarismo, mas ter a consciência de que qualquer candidatura do centrão representa tudo o que sempre combatemos. Repito: se eu fosse deputado federal meu voto seria Marcel – argumentou.

DISSONÂNCIAS NO PARTIDO NOVO
Entre os nomes do Novo que são contrários à discussão de um impeachment estão não apenas Van Hattem, mas o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), e o deputado federal Paulo Gamine (Novo-RJ), líder da bancada na Câmara.

João Amoêdo, entretanto, um dos fundadores da legenda e ex-candidato à presidência da República, tem se manifestado a favor do afastamento do presidente desde a saída do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, do governo.

A direção do partido segue a mesma linha de Amoêdo, e publicou na última quarta-feira (20) uma sequência de argumentos a fim de defender o impeachment, alegando a “incapacidade de Bolsonaro de liderar a nação”, e pedido que o “presidente seja responsabilizado por seus erros”.

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