“Igreja Católica não é a favor do aborto”, diz dom Odilo Scherer
A declaração foi realizada no dia em que o Brasil foi retirado da declaração internacional contra o aborto
Priscilla Brito - 18/01/2023 16h37 | atualizado em 18/01/2023 19h08

Nesta terça-feira (17), o arcebispo dom Odilo Scherer usou as redes sociais para se pronunciar sobre o aborto, ressaltando o posicionamento da Igreja Católica. A publicação de dom Odilo aconteceu no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou o Brasil dos signatários da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Mulher, que, entre outros assuntos, se posicionava contra o aborto.
– A Igreja Católica não é a favor do aborto! Não é, nunca foi e nunca será a favor do aborto – publicou Dom Odilo.
A decisão do governo Lula em retirar o Brasil da declaração aconteceu um dia após a ministra da Saúde, Nísia Trindade, revogar a portaria criada pela gestão Bolsonaro (PL) que instituía a exigência de que o médico notificasse a polícia em casos de aborto em decorrência de estupro.
ENTENDA A DECLARAÇÃO
A Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Mulher foi assinada em outubro de 2020. Na ocasião, o Brasil se tornou um entre 31 nações que concordaram com a importância de garantir um acesso das mulheres aos últimos avanços em termos de promoção da saúde e reforçar o papel da família como unidade fundamental da sociedade.
Entre os países que assinaram o documento estão Estados Unidos, Egito, Hungria, Indonésia, Uganda, entre outros com posicionamentos mais conservadores.
SENADORA DAMARES
Nesta terça, a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) criticou a decisão do governo do presidente Lula. Para a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a medida enfraquece “a política pró-vida no Brasil”.
Em suas redes sociais, a senadora eleita afirmou que trabalhará para reverter a posição.
– O Consenso de Genebra foi uma das maiores alianças assinadas pelo Brasil nas últimas décadas. Em síntese, ele garante a proteção dos países de interferências e embargos internacionais, prevalecendo a soberania nacional na temática do aborto. Lula acaba de enfraquecer a política pró-vida no Brasil. No Senado, trabalharei para que a vontade de 80% da população brasileira, que é a favor de proteger as vidas das mamães e dos bebês, seja respeitada – escreveu.
Leia também1 NY oferecerá pílulas abortivas gratuitas a partir de amanhã
2 Damares quer reverter saída do Brasil de aliança contra o aborto
3 Secretário da Saúde de Lula fala em aborto legal no SUS
4 Nikolas reage à fala de ministra em defesa do aborto legal
5 Lula retira Brasil de declaração internacional contra o aborto