Heleno diz que termo “golpe” ficou “vulgarizado” no Brasil
Em CPI, general se defendeu de acusações de que teria conspirado por um golpe no país
Thamirys Andrade - 01/06/2023 15h34 | atualizado em 01/06/2023 16h43
Nesta quinta-feira (1°), o general Augusto Heleno negou que tenha conspirado por um “golpe” político no Brasil e afirmou que o termo tem sido usado levianamente. De acordo com ele, é necessário que haja não somente demonstrações de insatisfação com o governo eleito, mas toda uma conjuntura para que o uso da expressão se aplique.
As declarações ocorreram durante oitiva do general na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos instalada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
– O tratamento que estão dando para a palavra “golpe” não é adequado. Golpe precisa ter líderes, líder principal, não é uma atitude simples, ainda mais em um país como o Brasil. Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, uma demonstração de insatisfação possa se caracterizar um golpe – declarou, conforme o portal Metrópoles.
Na ocasião, Heleno disse que nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nem seus aliados políticos fizeram reuniões visando impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse. Segundo o militar, tratam-se de “narrativas fantasiosas”.
O general ainda foi questionado sobre o porquê de o Exército não ter se pronunciado reconhecendo a vitória do petista e, em resposta, opinou que “não tinha razão para ser dito”. Heleno defendeu que as Forças Armadas sempre se pautaram pela “legalidade” e pela “democracia”.
– Eu, como ministro, não podia passar por cima do presidente e declarar algo que era competência dele – completou Heleno.
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