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Hasselmann rechaça fala de Eduardo sobre volta do AI-5

Deputada federal criticou declaração e disse que é um flerte com o autoritarismo

Camille Dornelles - 31/10/2019 15h32

Deputada federal Joice Hasselmann critica Eduardo Bolsonaro por falar de AI-5 Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

Após a fala de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre a possível volta do AI-5, a deputada federal Joice Hasselmann se manifestou nesta quinta-feira (31). Ela se mostrou indignada com a afirmação e a classificou como um “flerte escancarado com o autoritarismo”.

– Atentar contra a democracia é crime! Está no Artigo 5º da Constituição Federal. É inadmissível o flerte escancarado com o autoritarismo, em especial vindo de um deputado federal e filho do presidente da República. O Brasil não precisa de loucura, mas de equilíbrio e bom senso. Deus nos ajude! – declarou.

Em outra postagem, Joice fez críticas duras à família Bolsonaro e escancarou a mudança de seu apoio.

– Fica muito claro o que essa gente quer. O AI-5 cassou mandatos, suspendeu direitos, e instituiu censura: o sonho dos autoritários. O sonho do clã. Não podemos permitir esse grave ataque à democracia. Sigam as pistas: radicalização do discurso, ataque desenfreado a qualquer um que defenda a democracia, interferência em outros poderes, construção da narrativa de que é preciso impedir o inimigo a tomar o poder. Inimigo: qualquer um de esquerda, direita ou centro que defenda as liberdades – declarou.

A declaração de Eduardo aconteceu durante uma entrevista à jornalista Leda Nagle, realizada na segunda (28) e publicada nesta quinta (31), no canal dela no YouTube. O deputado disse que, caso a esquerda brasileira resolvesse “radicalizar”, uma resposta pode ser “via um novo AI-5”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também se manifestou e chamou a fala de “repugnante” e “têm de ser repelidas”.

Leia a íntegra da nota do presidente da Câmara:
Uma Nação só é forte quando suas instituições são fortes.

O Brasil é um Estado Democrático de Direito e retornou à normalidade institucional desde 15 de março de 1985, quando a ditadura militar foi encerrada com a posse de um governo civil.

Eduardo Bolsonaro, que exerce o mandato de deputado federal para o qual foi eleito pelo povo de São Paulo, ao tomar posse jurou respeitar a Constituição de 1988.

Foi essa Constituição, a mais longeva Carta Magna brasileira, que fez o país reencontrar sua normalidade institucional e democrática. A Carta de 88 abomina, criminaliza e tem instrumentos para punir quaisquer grupos ou cidadãos que atentem contra seus princípios – e atos institucionais atentam contra os princípios e os fundamentos de nossa Constituição.

O Brasil é uma democracia.

Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras.

A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados

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