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Hamilton Mourão avalia que CPI da Petrobras ‘não vai nem andar’

Para o vice-presidente, o calendário eleitoral prejudica a ideia de instaurar a comissão

Thamirys Andrade - 20/06/2022 10h30 | atualizado em 20/06/2022 10h50

Vice-presidente Hamilton Mourão Foto: VPR/Bruno Batista

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), comentou, nesta segunda-feira (20), a proposta do presidente Jair Bolsonaro de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, em meio a sucessíveis aumentos no valor dos combustíveis. Na avaliação do general, a ideia não será bem-sucedida, devido ao calendário de eleições deste ano.

– Eu acho que não vai nem andar isso aí [CPI], né? Não tem nem tempo. Nós estamos aí já em fase quase eleitoral, vamos falar assim. Mais um mês e meio inicia a campanha eleitoral. Então, acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento – opinou nesta segunda, em conversa com jornalistas em Brasília.

A ideia do presidente surgiu na última sexta-feira (17) durante entrevista à rádio 96 FM. Na ocasião, o chefe do Executivo disse que a petroleira traiu o povo brasileiro.

– O presidente, seus diretores e seu conselho traíram o povo. O lucro da Petrobras é algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petroleiras de todo o mundo. Petroleiras fora do Brasil reduziram margem de lucro para atender os anseios da sua população num momento de crise – assinalou.

Segundo Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), apoia a instalação de uma CPI. Em artigo publicado neste domingo (19) na Folha de S.Paulo, Lira descreveu a petroleira como uma “criança mimada” e disse que o presidente da empresa pratica “vingança pessoal” contra o líder do Planalto.

– O fato de a Petrobras ter hoje sua presidência sequestrada por um presidente ilegítimo, que não representa o acionista majoritário e pratica o terrorismo corporativo como vingança pessoal contra o presidente da República, é apenas o cúmulo do absurdo dos paroxismos que tomaram conta da empresa – iniciou Lira.

O parlamentar declarou que a empresa quer “ganhar tratamento privilegiado do estado brasileiro”, mas quando lucra bilhões na crise, age como empresa privada, “grita o coro da governança e se declara uma capitalista selvagem”.

– A Petrobras não pode ser estatal quando lhe convém e privada e selvagem quando diz respeito aos seus lucros astronômicos, sobretudo quando os brasileiros mais vulneráveis mais precisam de apoio. Ou a Petrobras é uma coisa ou outra – complementou.

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