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Para Mikhail Khodorkovski, presidente prejudica a si mesmo ao insistir no conflito

Thamirys Andrade - 18/03/2022 11h03 | atualizado em 18/03/2022 11h29

vladimir putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/Mikhail Metzel / Sputnik / Kremlin

Mikhail Khodorkovski, um dos maiores críticos do presidente russo, Vladimir Putin, declarou que os ataques à Ucrânia “reduziram” as chances de o líder russo permanecer no poder por mais um longo período de tempo. Putin está na presidência da Rússia desde 2012, mas já havia ocupado o cargo anteriormente, entre 2000 e 2008, e comandado o país indiretamente nesse intervalo.

– Estou convencido de que Putin não tem muito tempo. Talvez um ano. Talvez três. Hoje não estamos mais pensando que ele estará no poder por mais uma década, como nós pensávamos uma semana atrás – disse Khodorkovski, em entrevista à CNN.

Para Khodorkovski, a única forma de deter Putin é bloquear os fluxos financeiros da Rússia.

– O golpe no sistema financeiro foi enorme, mas, no momento, apenas 70% dos fluxos de caixa foram bloqueados – disse.

Ele defendeu que os outros 30% também devam entrar na restrição e “não deva haver exceções”.

Nos últimos pacotes de sanções, os EUA e a União Europeia impuseram restrições a empresários, empresas e funcionários russos próximos a Putin, com o objetivo de atingi-lo. Mas, para Khodorkovski, esses aliados do presidente russo não são um problema.

– Esses oligarcas são apenas criados de Putin. Eles não podem influenciá-lo. Mas Putin pode influenciá-los. Eles também devem ser bloqueados.

Khodorkovski foi CEO da petrolífera russa Yukos, o que o tornou, temporariamente, o homem mais rico da Rússia em 2003, com um patrimônio líquido de US$ 15 bilhões. O empresário estava detido desde outubro de 2003, após ser acusado de fraude e sonegação de impostos. Sua condenação chegou em 2005, com a pena de 9 anos de prisão.

Antes de sua detenção, Khodorkovski tinha se desentendido com Putin, após o presidente cortar as asas de ricos “oligarcas” que se tornaram poderosos durante os anos caóticos do governo de Boris Yeltsin, após o colapso da União Soviética. Assim, apoiadores do empresário diziam que sua prisão havia sido parte de uma campanha do Kremlin para puni-lo por desafiar Putin, além de tomar o controle de seus ativos de petróleo e obrigar outros magnatas a andarem na linha. Com sua prisão, a Yukos foi dividida e vendida, principalmente para o Estado.

No início de 2013, Khodorkovski foi perdoado por Putin. Na época, em um decreto presidencial, Putin disse que a decisão de conceder o indulto ao empresário foi “guiada pelos princípios da humanidade”. Atualmente, Khodorkovski vive exilado em Londres.

*EFE

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