Guedes pede vacinação de todos que receberão o auxílio em 2021
Ministro ressaltou necessidade de trabalho das classes mais baixas da sociedade
Pierre Borges - 24/03/2021 13h19 | atualizado em 24/03/2021 13h26

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na última segunda-feira (22) que o governo terá que vacinar, nos próximos 4 meses, os 38 milhões de brasileiros que receberão a nova rodada do auxilio emergencial. O ministro justificou que essas pessoas precisam sair de casa para trabalhar, mesmo recebendo o benefício.
– Quero dar ênfase para a necessidade de vacinação em massa. Está muito claro, hoje, que o desemprego, a recessão de hoje, teve uma focalização muito grande particularmente nos mais vulneráveis, os 38 milhões de brasileiros que ganham seu pão, seu dia a dia, literalmente a cada dia – declarou.
Guedes também disse que a arrecadação federal deve cair nos próximos meses, devido às novas medidas de restrição social em algumas regiões do pais.
– Com o recrudescimento da pandemia, nós devemos sofrer algum impacto no mês de abril – disse o ministro da Economia.
Para ele, a vacinação em massa precisa ser acelerada ao máximo para garantir o retorno seguro ao trabalho, sobretudo para os informais, que integram a parte mais vulnerável da população.
– Mesmo com a cobertura que vamos estender, mais do que nunca, temos que evitar a crueldade do dilema que é: ou fica em casa com dificuldades para manutenção da sua sobrevivência pessoal, ou vai sair arriscado a perder a vida pela Covid. Então, a vacinação em massa tem que ser acelerada ao máximo para garantir a chance de sobrevivência e o retorno seguro ao trabalho, principalmente para as camadas mais vulneráveis – defendeu Guedes.
O ministro também ressaltou que o auxílio, que será de R$ 250 por família, não será suficiente para o sustento de muitas casas que se encontram em situação precária.
– Particularmente, esses mais vulneráveis não podem ficar em casa, no isolamento social, tendo sua sobrevivência garantida. Mesmo a gente fornecendo auxílio emergencial, são as famílias mais frágeis. Eles têm às vezes 8, 9, 10 pessoas em habitações muitas vezes de só um cômodo, e são pessoas que querem trabalhar e precisam trabalhar; eles pedem para trabalhar – avaliou o ministro, que defendeu que, enquanto as pessoas de classes altas toleram melhor as medidas de restrição, a população de menor renda “têm um desejo desesperado pelo trabalho”.
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