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Guedes diz que Bolsonaro é um “fenômeno político”

Para o ministro, isso faz com que a preocupação do presidente com o combustível seja absolutamente normal

Pleno.News - 16/03/2021 16h32 | atualizado em 16/03/2021 17h03

Guedes e Bolsonaro durante videoconferência no dia 11 de março
Guedes e Bolsonaro durante videoconferência no dia 11 de março Foto: Marcos Corrêa/PR

Guedes: Bolsonaro é “fenômeno político” e é natural preocupação com combustível

Nesta terça-feira (16), o ministro da Economia Paulo Guedes disse que Jair Bolsonaro é um “animal político” e um “fenômeno político” e, por isso, considera natural a preocupação dele com o preço dos combustíveis.

Guedes citou a CNN a proximidade de Bolsonaro com o segmento dos caminhoneiros. A demanda do grupo levou o presidente a encomendar uma desoneração no preço do diesel, após sucessivos reajustes nos preços anunciados pela Petrobras.

Bolsonaro também acabou demitindo o presidente da companhia e indicando para seu lugar o general da reserva Joaquim Silva e Luna.

– É claro que ele, politicamente, é um animal político, é um fenômeno político. É natural que ele se preocupe com isso – disse Guedes, ressaltando que cabe a ele expor o custo econômico de qualquer medida a ser adotada.

No caso da desoneração dos combustíveis, foi preciso elevar a tributação dos bancos sobre a aquisição de carros por pessoas com deficiência, além de acabar com um regime diferenciado da indústria química, para compensar o incentivo.

REAÇÕES DO MERCADO
Na entrevista, Guedes foi questionado se o mercado estava exagerando na reação diante das mudanças na Petrobras ou da anulação das sentenças condenatórias do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesses episódios, a Bolsa inicialmente desabou, enquanto juros e câmbio subiram, todos sinais de forte deterioração da percepção sobre o Brasil.

– Esse simbolismo [dos mercados]… Os mercados somos nós – afirmou.

LAVA JATO
Perguntado sobre a atuação da Lava Jato, o ministro defendeu a operação e disse, sem citar nomes, que houve uma quebradeira em estatais como Petrobras e Eletrobras.

– Alguém coordenou toda essa política – comentou.

CONGRESSO
Após a ameaça de desidratação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria os gatilhos de ajustes em despesas, o ministro da Economia disse que o governo tem conseguido um coeficiente de 70% de aprovação nas medidas econômicas enviadas ao Congresso Nacional, apesar do “fogo amigo”.

Durante a entrevista, Guedes não deu detalhes sobre a quem se referia ao citar o “fogo amigo”. Nos últimos dias, o ministro e sua equipe precisaram debelar uma série de pressões para desidratar a PEC emergencial.

– Considerando todos os fatores, temos um Congresso reformista. Ele já avançou algumas questões da Previdência, da cessão onerosa. Estamos fazendo muita coisa que estava parada. O saneamento, por exemplo, 100 milhões vão poder ter água e esgoto, 35 milhões vão poder ter água corrente. Por todas essas pautas que estão passando, vemos um coeficiente de desidratação de mais ou menos 30%. Mandamos a Previdência, e foram aprovados em torno de 70% do texto – disse o ministro.

– Quando você me pergunta se eu temo alguma desidratação […], o presidente já me dizia que, na democracia, assim como no futebol, goleada é difícil, é raro. Ganhar de 5 a 0, 4 a 0 é raro. Normalmente é 3 a 2, 2 a 1. Temos conseguido um coeficiente de 70%, considerando o fogo amigo, o que é satisfatório – afirmou.

Guedes disse ainda que o governo levou dois anos fazendo a sua base parlamentar e que essa base agora “acaba de destravar as pautas”. No diagnóstico do ministro, a reforma administrativa deve ter aprovação “relativamente rápida”.

Já a reforma tributária, segundo ele, é “mais complexa”.

– Não queremos cair na armadilha que está preparada para elevar impostos – afirmou.

*Estadão

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