Governo Lula tenta se aproximar de parlamentares evangélicos
Líderes, entretanto, cobram explicações sobre Jean Wyllys
Pleno.News - 21/07/2023 12h51 | atualizado em 21/07/2023 18h58

Em busca de apoio dos parlamentares evangélicos, o governo Lula está buscando evitar pautas como aborto, drogas e costumes. A sinalização tem sido dada aos líderes dos grupos religiosos, como o coordenador da bancada evangélica no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), que, segundo disse ao Estadão, considera o gesto um sinal de pacificação e respeito. Ele critica, no entanto, uma possível participação do ex-deputado Jean Wyllys no governo.
– Desde que nossas pautas não sejam afetadas, o governo terá o nosso apoio em todas as matérias que forem importantes para o Brasil – afirmou Viana.
O senador, contudo, vê problemas na suposta indicação do ex-deputado Jean Wyllys, que ele considera um personagem muito polêmico, para uma função na Secretaria de Comunicação (Secom). Ele afirma que se Wyllys insistir em assuntos que não contam com o apoio dos parlamentares evangélicos, haverá reação.
– Se ele trouxer novamente os assuntos que durante o governo de Dilma Rousseff levaram a um embate e até mesmo a um levante na política brasileira, naturalmente vamos nos manifestar contrários por que entendemos que ele não tem respeito pelos cristãos em nosso Brasil – garantiu.
Desde a posse de Lula, integrantes da gestão petista têm buscado caminhos que resultem num diálogo. Pelo lado do governo, esse diálogo tem sido liderado, entre outros, pelos ministros da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secom, Paulo Pimenta que, apresentou aos demais ministros – Messias não conseguiu estar presente – uma pesquisa sobre a influência das igrejas evangélicas no voto dos fiéis.
O governo quer também identificar os parlamentares e as igrejas abertas à conversa. No PL, por exemplo, a receptividade a essa abertura é pequena. O atual coordenador da bancada evangélica na Câmara, Eli Borges (PL-TO) não quer nem ouvir falar no assunto. Entretanto, seu sucessor já escolhido, Silas Câmara (PSD-AM), pastor evangélico da Assembleia de Deus, já se mostrou disposto a acolher conversas.
O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), também pastor da Assembleia de Deus, avaliou que o diálogo tem avançado por que o governo identificou que o Congresso é conservador e “inteligentemente” focou nas bancadas evangélicas.
– Não sendo a pauta ideológica, nós estamos abertos para atender e sabemos que temos a responsabilidade de construir e dialogar – disse Madureira.
Questionado se a posição de parlamentares como Borges, contra o diálogo, não poderia atrapalhar, ele respondeu que “estar contra não descredencia ninguém”.
– O deputado Eli Borges é um grande líder da minha igreja e sua opinião deve ser respeitada – observou.
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*Com informações da AE
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