Leia também:
X Bolsonaro diz que não planeja retaliar grupo de Bivar

Governo aciona OEA para que Venezuela explique óleo

Ministro Ricardo Salles fez pronunciamento oficial nesta quarta-feira

Ana Luiza Menezes - 23/10/2019 23h46 | atualizado em 23/10/2019 23h47

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal pediu formalmente nesta quarta-feira (23) à Organização de Estados Americanos (OEA) para que cobre da Venezuela explicações sobre o vazamento de petróleo que atinge desde setembro mais de 200 praias do Nordeste.

Em pronunciamento feito em cadeia nacional de rádio e televisão, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o presidente Jair Bolsonaro acompanha o desastre desde a aparição das primeiras manchas e determinou que fosse encaminhado uma solicitação formal à OEA para que a Venezuela se manifeste sobre o tema.

Segundo o ministro, estudos realizados por laboratórios especializados com amostras do petróleo coletadas nas praias atingidas concluíram que o óleo não é brasileiro e identificaram que ele teria sido retirado de poços venezuelanos.

– Esse processo de investigação tem como principal objetivo determinar as causas e as origens do petróleo e, com isso, não só interromper sua aparição no litoral brasileiro, mas também obter informações que nos permitam responsabilizar aqueles que tenham contribuído para esse desastre ambiental – ressaltou Salles.

Depois da primeira insinuação do governo Bolsonaro que o petróleo vinha da Venezuela, a PDVSA, estatal petrolífera do país, considerou as acusações como “infundadas” e garantiu que não havia nenhum tipo de vazamento nos campos do país. Além disso, a empresa afirmou que seus clientes e filiais não reportaram defeitos em seus navios.

As manchas de petróleo já atingiram mais de 200 praias de 78 cidades de todos os nove estados do Nordeste. Pontos turísticos, como a Praia dos Carneiros, em Pernambuco, e o Morro de São Paulo, na Bahia, foram afetados pelo petróleo que polui a região.

Até o momento já foram recolhidas 900 toneladas do material poluente, que se torna mais denso com a areia. Grande parte está sendo incinerada em fornos da indústria siderúrgica.

Salles disse que a Polícia Federal, a Marinha e fiscais do Ibama, com apoio da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), trabalham para determinar o ponto exato do vazamento.

Pelos cálculos da Marinha, o vazamento ocorreu entre 500 e 600 quilômetros do litoral brasileiro. No entanto, segundo Salles, o petróleo se desloca a uma profundidade que não é possível detectá-lo com satélites, radares ou com embarcações.

No pronunciamento, o ministro explicou que o governo concentrou as ações em Recife e Salvador, principais capitais da região. Cerca de 5 mil soldados do Exército se uniram aos fiscais do Ibama, policiais, bombeiros, agentes da Defesa Civil e voluntários que já atuavam para retirar o material poluente que atinge 2 mil quilômetros do litoral brasileiro.

O Ibama já encontrou 67 animais com vestígios de petróleo em seus corpos, sendo que, entre eles, já morreram 11 tartarugas marinhas, duas aves e um peixe de grande porte. O órgão investiga se dois golfinhos teriam morrido por terem ingerido o óleo vazado.

O Ministério da Saúde alertou sobre os riscos dos voluntários ao entrar em contato com a substância viscosa. Segundo o órgão, 17 pessoas tiveram que ser atendidas devido ao forte cheiro do petróleo concentrado.

A Bahia, que junto a Sergipe declarou situação de emergência pelo vazamento, está realizando estudos para verificar se existe risco para o consumo de peixes e mariscos das regiões atingidas pelas manchas.

*Com informações da Agência EFE

Leia também1 Ato do Greenpeace deixa 6 toneladas de lixo no Planalto
2 Deputado quer CPI para investigar óleo no Nordeste
3 Na Presidência, Alcolumbre visitará praias com óleo no NE

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.