Pleno.News - 22/04/2023 15h12 | atualizado em 24/04/2023 20h27

O general Gustavo Dutra disse ter pedido ao presidente Lula (PT) o adiamento das prisões de manifestantes dos atos do 8 de janeiro. Na época, Dutra chefiava o Comando Militar do Planalto. As informações são da revista Veja.

Lula havia ordenado que, na noite do dia 8, o acampamento perto do quartel-general do Exército fosse desmobilizado e os envolvidos nos ataques fossem detidos.

– A ordem, como se sabe, não foi cumprida. Um dos motivos foi a resistência de generais a desmontar o acampamento, sob a alegação de que poderia haver um “banho de sangue” no local – reportou a revista, que teve acesso a detalhes do depoimento que Dutra prestou à Polícia Federal (PF).

O militar contou que Lula aceitou que a retirada do acampamento e a prisão da maior parte dos manifestantes ficassem para a manhã do dia 9 de janeiro, como acabou acontecendo.

Dutra insistiu até que conseguiu falar com o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. Por fim, Lula assumiu a ligação. O petista chamou os manifestantes de criminosos.

No entanto, Dutra fez uma ponderação:

– Presidente, estamos todos indignados, hoje é um dia triste para o Brasil. Mas, até o momento, nós só estamos lamentando danos ao patrimônio. Se nós entrarmos agora, sem coordenação, vai morrer gente. O senhor quer isso? – falou.

Lula mudou o tom e disse que, nesse caso, “seria uma tragédia”.

Dutra concordou e explicou: “É isso que eu estou falando para o senhor”.

Foi então que o petista mandou cercar o grupo e prender no dia seguinte.

– General, cerca todo mundo, não deixa ninguém sair da praça e prende todo mundo amanhã.

Dutra agradeceu a resposta e desejou boa-noite a Lula.

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