General Heleno: “Intervenção militar não resolve nada”
Ministro explicou que nota divulgada por ele sobre apreensão do celular de Bolsonaro foi distorcida
Rafael Ramos - 28/05/2020 10h50
O general Augusto Heleno afirmou que a nota divulgada por ele, no dia 22 de maio, sobre a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro foi distorcida. No documento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que tal medida seria inconcebível e teria consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.
A declaração foi feita após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, encaminhar pedidos de parlamentares para análise da Procuradoria Geral da República (PGR) e, dentre eles, estava a apreensão do celular do chefe do Executivo. Entretanto, nesta quinta-feira (28), Heleno retrucou que a nota se referia a Celso de Mello ou que pedia alguma intervenção militar.
– Não disse nome, não citei o nome do ministro Celso de Mello, não citei o nome do procurador-geral. Fiz uma nota absolutamente genérica. Houve uma distorção. Não falei em Forças Armadas, não falei em intervenção militar.
Heleno ainda acusou a imprensa de publicar informações falsas e disse que virou moda pedirem intervenção militar. O ministro do GSI reforçou que ninguém do governo pensa em tomar tal medida.
– Se essa geração vier achando que intervenção militar resolve alguma coisa, vamos formar uma geração completamente deturpada. Intervenção militar não resolve nada e ninguém está pensando nisso.
Confira a nota publicada por Heleno na íntegra:
O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável.
Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do país.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
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