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Transição tem maioria homem, branco, petista e paulista

Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo, cerca de um terço pertence ao partido de Lula

Pleno.News - 21/11/2022 20h09 | atualizado em 22/11/2022 10h51

Luiz Inácio Lula da Silva Foto: EFE/EPA/SEDAT SUNA

A equipe de transição do novo governo é formada majoritariamente por homens, brancos, paulistas e filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT). Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo, cerca de um terço pertence ao partido, indicando que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode descumprir a promessa de um governo de centro. As informações são do Estadão.

O PT fica bem à frente do PSB do futuro vice Geraldo Alckmin, que tem 15 representantes no gabinete instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Na equipe do governo de transição, o Sudeste predomina, com pelo menos 144 integrantes (48%). Considerado fundamental para a vitória do petista no segundo turno do pleito, o Nordeste vem logo depois, com 57 nomes (19%). Puxada por Brasília, a região Centro-Oeste abriga 39 escolhidos (13%), seguida pelo Sul, com 33 (11%).

Para o cálculo, o critério levou em conta o lugar onde a pessoa vive, e não onde nasceu.

O atual gabinete de transição tem sotaque paulista, visto que o estado mais rico do país é o que possui mais assentos no grupo, com 94 nomes. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 33 representantes; o Distrito Federal, com 29, e a Bahia, com 18. O Paraná tem 17 indicados, assim como Pernambuco.

Os números foram tabulados pelo Estadão na última sexta-feira (18), antes da publicação do Diário Oficial que trouxe outros 18 nomeados. Atualmente, com 318 membros, a equipe cresce diariamente e ainda não está concluída.

VOLUNTÁRIOS
A lei que criou o gabinete de transição no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, e um decreto de 2010 preveem apenas 50 cargos remunerados. Atualmente, a maioria dos integrantes da equipe é formada por voluntários. Essa é a situação, por exemplo, de Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes de Lula, entre 2003 e 2004, quando ainda era do PL.

Adauto se lançou neste ano a deputado federal pelo PCdoB, mas desistiu da candidatura após sofrer dois pedidos de impugnação. O ex-ministro está inelegível porque, em 2012, foi condenado por improbidade administrativa à frente da prefeitura de Uberaba (MG).

O grupo convocado para fazer o que Lula chamou de “ressonância magnética” de 31 áreas, contempla de líderes de partidos interessados em formar a base de apoio do novo governo até indicados de pessoas próximas ao presidente eleito e seu entorno.

Futura primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, indicou uma amiga dos tempos de faculdade, a também socióloga paranaense Margarida Quadros, para o grupo de Direitos Humanos. Mestre em Gestão Urbana pela PUC-PR, ela tem hoje uma empresa de consultoria.

Ao todo, há integrantes de 17 partidos na equipe de transição, inclusive do Centrão, como o PP, hoje aliado de Bolsonaro no Congresso. O deputado Neri Geller e a senadora Katia Abreu, ambos ex-ministros, são filiados ao PP e estão no grupo de Agricultura. Katia foi uma das aliadas mais fiéis da então presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, em 2016.

O time de Lula também conta com representantes do MDB (9), partido da senadora e provável ministra Simone Tebet, PCdoB (7), PSOL (8), PSD (7), Rede (6), PDT e PV (3 cada), Avante, Cidadania, Solidariedade (2 cada), Agir, PROS, PSDB e PTB (1 cada).

PERFIL
Dos nomes escolhidos para o gabinete de transição, 64% são homens. Os brancos representam 75%, enquanto os negros (pardos e pretos, inclusive autodeclarados) somam 18%. Há ainda 11 indígenas (3,8% do total) e quatro integrantes de origem asiática.

Ao longo dos últimos dias, os anúncios de novos nomes para a transição de governo foram acompanhados de cobranças do movimento negro e de representantes indígenas, que reivindicam protagonismo.

Não há, por enquanto, nenhum militar entre os convocados. Os evangélicos têm apenas um representante. Trata-se do pastor e cantor Kleber Lucas. A equipe de Defesa ainda não foi constituída.

PRIMEIRA BAIXA
Na semana passada, a transição sofreu a primeira baixa, visto que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que atuava como voluntário no grupo de Planejamento, pediu para sair.

Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) impede Mantega de ocupar cargos públicos remunerados por causa das chamadas “pedaladas fiscais”, quando comandava a economia no governo Dilma Rousseff.

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