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Freixo defende que PSOL apoie bloco de Rodrigo Maia

Deputado justificou que se trata de "defesa da democracia"

Gabriela Doria - 21/12/2020 21h20 | atualizado em 22/12/2020 10h35

Deputado Marcelo Freixo defende adesão do PSOL ao bloco de Maia Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), uma das principais lideranças de esquerda no país, defendeu, nesta segunda-feira (21), que seu partido apoie o candidato indicado pelo deputado Rodrigo Maia para disputar a presidência da Câmara dos Deputados em 2021. Em carta aberta aos colegas de partido, Freixo cobrou “maturidade” dos correligionários e apelou para a “defesa da democracia”.

– Nós democratas temos o dever histórico de impedir a reeleição de Bolsonaro em 2022. E derrotá-lo na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados é etapa fundamental nessa caminhada – disse.

Até o momento, o PSOL não fechou questão sobre lançar sua própria candidatura à liderança da Câmara, se irá abster-se ou apoiar o bloco de Maia. A bancada do partido conta com dez deputados federais.

Por enquanto, Maia tem os apoios do DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania, PV, PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede. A união totaliza 281 votos para o indicado de Maia, que precisa de 257 para alçar seu escolhido ao cargo. Apesar disso, a conta deve ser feita com cuidado, pois são esperadas “traições” de última hora, uma vez que o voto é secreto.

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA DE MARCELO FREIXO AO SEU PARTIDO
Em defesa do ingresso do PSOL no Bloco Democrático na Câmara

A bancada do PSOL está debatendo internamente sobre o ingresso no bloco democrático para disputar a presidência da Câmara e deter o avanço do bolsonarismo no Parlamento. Tenho profundo respeito por essa discussão, da qual tenho participado ativamente e me posicionado a favor da entrada do partido para fortalecer essa coalizão.

O PSOL tem a tradição de lançar candidaturas próprias à presidência da Câmara dos Deputados. Respeito essa tradição e tenho a convicção de que ela foi acertada em todas as eleições anteriores à que acontecerá em fevereiro de 2021. Inclusive, eu concorri com Rodrigo Maia ao posto de presidente em 2019, com o apoio do PT.

Dois anos se passaram desde então, estamos chegando à metade do governo Bolsonaro e a democracia brasileira não é a mesma de fevereiro de 2019. Ameaças golpistas com pedidos de fechamento do Congresso Nacional e do STF endossadas pelo presidente; violência e disseminação de fake news contra opositores sendo operadas dentro do Palácio do Planalto; políticas armamentistas que fortalecem a ação do crime organizado e a sabotagem negacionista no enfrentamento à pandemia, que já matou quase 200 mil pessoas, são exemplos do que está em jogo: a sobrevivência dos brasileiros, da República e do Estado de Direito.

Há enormes diferenças entre as forças que compõe essa coalizão, e essa união não tem a pretensão de eliminá-las. Nós temos e manteremos nossas concepções distintas sobre política, economia, cultura e o papel do Estado e sua relação com a sociedade. Entretanto, existe algo em comum que nos une e é muito maior do que as nossas diferenças: a crença nos valores do Estado Democrático de Direito e a certeza de que é nosso compromisso defendê-lo diante das ameaças explícitas do presidente da República.

O bloco está sendo formado e não há uma candidatura pré-definida. Essa escolha será debatida, assim como será discutido um programa comum, que deve dialogar com pautas históricas do PSOL no parlamento: combate às desigualdades, fortalecimento do SUS, proteção das instituições democráticas, defesa dos Direitos Humanos e preservação do Meio Ambiente.

Bolsonaro entende a importância que os embates políticos dentro do Congresso Nacional terão até a eleição de 2022, tanto que está distribuindo emendas e negociando cargos para tentar interferir no pleito. Ele inclusive já sinalizou publicamente que o próximo presidente, se for alinhado ao Planalto, deverá pautar projetos como a excludente de ilicitude, que nós derrotamos em 2019 ao retirá-la do pacote do ex-ministro Sergio Moro.

Nós democratas temos o dever histórico de impedir a reeleição de Bolsonaro em 2022. E derrotá-lo na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados é etapa fundamental nessa caminhada.

É preciso ter a clareza de que a eleição de 2022 começa agora, com a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. Por isso é muito importante que o PSOL, um partido fundamental na defesa da democracia dentro e fora do Parlamento, demonstre maturidade e fortaleça o bloco democrático que está sendo construído para enfrentar Bolsonaro.

Diante das graves ameaças à vida dos brasileiros e à democracia, a nossa prioridade precisa ser aquilo que nos une, não o que nos separa.

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