Flow: Monark defende a criação de partido nazista no Brasil
Para o apresentador, trata-se de liberdade de expressão
Pierre Borges - 08/02/2022 12h56 | atualizado em 08/02/2022 13h14

Na noite desta segunda-feira (7), Monark, apresentador do Flow Podcast, defendeu o reconhecimento legal de um partido nazista junto à Justiça Eleitoral brasileira. Ele justificou que essa é uma questão de “liberdade de expressão”.
Durante o programa, que teve como convidados os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), Monark apontou que a esquerda radical tem “muito mais espaço” do que a direita radical no Brasil e defendeu que todos deveriam ter espaço no cenário nacional.
– Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista deveria ter um partido nazista; tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei – afirmou o apresentador.
Após a declaração, Tabata argumentou que “a liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco”. Monark, porém, insistiu na ideia, afirmando que “as pessoas têm o direito de ser idiotas”.
– A questão é: se o cara quiser ser um “antijudeu”, eu acho que ele tinha o direito de ser […] Ele não está sendo antivida. Ele não gosta dos ideais [judaicos] – afirmou.
Tabata, porém, apontou que o judaísmo não é um sistema de ideais, mas uma identidade, e quem se declara “antijudeu” não está discordando de ideais religiosos, mas sim questionando a existência dos judeus como um todo.
– Mas é essa a questão: questionar é sempre válido – rebateu Monark.
“Deveria existir um partido nazista legalizado no Brasil.”
“Se o cara for ‘antijudeu’ ele tem direito de ser ‘antijudeu’.”
Eu tinha achado que ele tinha superado todos os limites no último papo de racismo, mas ele conseguiu se superar de um jeito… pic.twitter.com/h9Tf7g8TYg
— Levi Kaique Ferreira (@LeviKaique) February 8, 2022
REPERCUSSÃO
Após a repercussão das declarações de Monark, o nome do apresentador se tornou um dos assuntos mais comentados – e criticados – do Twitter brasileiro. O grupo Judeus pela Democracia fez uma publicação comentando o trecho do programa.
Pelas redes sociais, o grupo disse nesta terça-feira (8) que a resposta de Tabata foi “perfeita” e discordou que a liberdade de expressão não deva ter limites. O grupo afirmou ainda que “ideologias que visam à eliminação de outros têm que ser proibidas” e que “racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão”.
Internautas também começaram a cobrar um posicionamento das empresas que patrocinam o programa, afirmando que a manutenção do patrocínio seria equivalente a compactuar com a defesa do nazismo.
Até o momento da publicação desta matéria, duas marcas se manifestaram, ambas alegando que não patrocinam mais o podcast e que já solicitaram a retirada de seus nomes da lista de patrocinadores.
— Bis 🍫 (@LactaBis) February 8, 2022
Já havíamos pedido para nosso logo ser retirado como patrocinadores e reforçamos isso novamente.
— pumabrasil (@pumabrasil) February 8, 2022
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