Marcos Melo - 29/03/2023 20h10 | atualizado em 30/03/2023 10h25

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) denunciou, nesta quarta-feira (29), que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi avisado da iminência do risco pela Polícia Federal (PF) na véspera dos atos radicais que depredaram prédios dos Três Poderes, no Distrito Federal, em 8 de janeiro. O parlamentar apresentou um documento comprobatório da ciência de Dino sobre os atos, assinado pelo delegado Andrei Augusto Passos de Rodrigues, diretor-geral da PF, e encaminhado ao ministro.

Flávio Dino disse, nesta terça-feira (28), durante sessão na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, que não foi avisado sobre os atos.

O diretor-geral da PF alertou ao ministro sobre a iminência de “ações hostis e danos” contra os prédios dos ministérios, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e estruturas públicas no entorno.

– Há informações, inclusive, de indivíduos armados fazendo a “segurança” dos manifestantes, bem como inúmeros indivíduos dispostos a enfrentar as Forças de Segurança. (…) Eles tentam, como vêm dizendo em redes sociais e aplicativos de mensagens, “tomar o poder” nesta capital federal – informou Rodrigues.

A PF também solicitou que o ministro vedasse a circulação de veículos a fim de “evitar maiores incidentes e atos de vandalismo”.

– Sugerimos que os grupos de pessoas com o propósito de atentar contra o patrimônio público ou privado, bem como à democracia brasileira, também sejam impedidos de circular nesta capital – finalizou o delegado.

DINO INFORMOU IBANEIS
Aproximadamente duas horas após receber o alerta da PF, Flávio Dino oficiou ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, solicitando apenas o bloqueio da circulação de ônibus de turismo “nos perímetros entre a Torre de TV e a Praça dos Três Poderes”. Por essa razão é que o parlamentar Kim Kataguiri antecipou que denunciará o ministro por crime de responsabilidade.

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