Gabriela Doria - 29/05/2019 16h35

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (29) uma denúncia contra o senador Fernando Collor (Pros-AL). Ele é acusado de peculato.

Segundo a PGR, Collor interviu para que a BR Distribuidora assinasse contratos fraudulentos com uma empresa de João Lyra, aliado político do ex-presidente. O crime teria acontecido em 2010, quando Collor ainda era filiado ao PDT.

Na ocasião, Collor terio pressionado para que os contratos fossem aprovados “em tempo recorde” de 10 dias, sem levar em consideração a crise financeira pela qual a empresa de João Lyra enfrentava. O contrato previa que Lyra obtivesse crédito em bancos dando como garantia o lucro futuro da empresa.

– Pelas circunstâncias em que foram celebrados e executados, conclui-se que os negócios jurídicos firmados, e de alto risco para a BR Distribuidora S.A., eram, na verdade, espécie de instrumento para a apropriação e o desvio de recursos em proveito da Laginha Agro Industrial S.A e de seu proprietário João Lyra, graças à participação delituosa do senador da República Fernando Collor de Mello – escreveu Raquel Dodge.

Na denúncia, a PGR apontou que, na ocasião dos contratos, a Laginha Agro Industrial respondia a processos que somavam R$ 175,4 milhões. A empresa também carregava mais de 6,5 mil protestos de dívidas, que chegavam a R$ 72,7 milhões, e teve dois empréstimos recusados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

– Apenas o poder do senador Fernando Collor e seu exercício sobre os funcionários da BR Distribuidora S.A. justificam a superação de obstáculos intransponíveis para que fossem firmados contratos com a empresa – declarou Dodge.

Leia também1 PGR quer Collor condenado a mais de 22 anos de prisão
2 Fernando Henrique diz que Brasil vive momento perigoso
3 Senador Flávio Bolsonaro assume o Projeto Richthofen