Feliciano: “Queria incentivar debate sobre atos de Mourão”
Deputado comentou o arquivamento de seu pedido de impeachment contra o vice-presidente
Henrique Gimenes - 24/04/2019 21h49 | atualizado em 25/04/2019 11h41
Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rejeitar o pedido de impeachment do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o deputado federal, Marco Feliciano (Pode-SP), utilizou suas redes sociais para falar sobre o assunto. No twitter, o vice-líder do governo no Congresso e também autor do pedido disse que o arquivamento demonstra como Mourão já está bem articulado com os parlamentares.
– O arquivamento sumário do pedido de impeachment do vice Hamilton Mourão não me surpreende, apenas demonstra como o vice está surpreendentemente bem articulado. A colunista do O Globo, Bela Megale, noticiou ontem (23) que o vice estava montando sua base no Congresso… Será? – questionou.
Maia rejeitou o pedido por considerar que dispositivos da lei feitos para o presidente não podem ser utilizados para o vice. Feliciano, no entanto, disse que sua intenção com o pedido foi incentivar o debate sobre as atitudes de Mourão.
– Principal objetivo da minha denúncia contra Hamilton Mourão foi atingido: o debate público acerca do comportamento incomum do vice-presidente foi estabelecido, inclusive com novas acusações contra o mesmo aparecendo. O tiro de alerta foi dado! O tiro de alerta foi escutado – escreveu.
Na denúncia, o deputado acusou Mourão de crime de responsabilidade e de conspirar contra o presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta, Feliciano acrescentou ainda que o vice “é uma vergonha para o Exército”.
– O vice Hamilton Mourão é uma vergonha para o Exército, grande instituição que tem como bases a lealdade, a disciplina e a hierarquia. O vice se alia aos opositores de Jair Bolsonaro, chancelando publicamente duras críticas ao seu companheiro de chapa. Inaceitável deslealdade – completou.
Por fim, o parlamentar sugeriu que o vice pode trair o presidente.
– Jamais ia querer o vice Hamilton Mourão como meu companheiro em um campo de batalha, pois eu poderia ser morto pelas costas – concluiu.
Em entrevista ao portal Uol, o deputado também disse que, ao chamar atenção para o comportamento de Mourão, ele conseguiu atrasar o “projeto de conspiração”.
– Como eu disse, eu já chamei a atenção. O que eu queria era isso, que mais pessoas investigassem e tomassem atenção. Com o que eu fiz eu consegui bloquear em uns seis meses a um ano o projeto de conspiração. Acho que atrapalhei o pessoal. Tanto é que outros jornalistas deram uma nota de que aqui dentro [da Câmara] existe uma bancada pró-Mourão – declarou.
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