Feliciano critica Lira por defesa do nome de Ludhmila na Saúde
Deputado afirmou que espera não se arrepender de "ter apresentado Lira ao presidente Bolsonaro"
Paulo Moura - 15/03/2021 12h45 | atualizado em 15/03/2021 13h08
O deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP), um dos vice-líderes do governo Bolsonaro no Congresso, criticou o Centrão pela tentativa de, segundo o parlamentar, tentar “enganar” o presidente Bolsonaro com a indicação do nome de Ludhmila Hajjar para o Ministério da Saúde.
– Acho um absurdo tentarem enganar o presidente Bolsonaro, levando a ele o nome de uma médica que há pouco tempo disse que Dilma é um exemplo. Exemplo de que? Só se for exemplo de tudo aquilo contra o que lutamos – disse ele à Folha de São Paulo.
O parlamentar ainda destacou que Ludhmila é um exemplo claro de uma pessoa que “depõe contra o que o presidente luta e pelo que sua base conservadora almeja”. Feliciano disse acreditar que Bolsonaro está refletindo sobre a “arapuca que estão montando”.
– Se essa senhora for nomeada, nós, os conservadores, vamos perder o discurso. E não há nada mais ingrato do que fazer política sem discurso. Quem levou essa ideia para o presidente, se tentou acertar, errou. Eu sou contra isso e penso que o presidente, ao saber da vida pregressa dessa médica, estará refletindo – destacou.
Por fim, Feliciano criticou com dureza o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que se manifestou amplamente a favor do nome da cardiologista. Segundo o deputado, Lira estaria se esquecendo de “ouvir os liderados”.
– Ontem, vi meu presidente Arthur Lira, de quem fui um apoiador de primeira hora, dizer à Folha que Ludhmila é unanimidade na política. Ou ele não me considera parte da política, ou se esqueceu de consultar os aliados. Político experiente, ele está se esquecendo da primeira regra do ofício: ouvir os liderados. Não quero me arrepender de tê-lo apresentado ao presidente Bolsonaro, pois o governo não pode se transformar em um covil petista – finalizou.
No domingo (14), Lira se posicionou, em seu Twitter, amplamente a favor do nome de Ludhmila para o Ministério da Saúde. De acordo com ele, a cardiologista teria “capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas”.
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