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“Febraban teria sugerido ataque ao governo em manifesto”

Ministro Paulo Guedes falou sobre a possibilidade de a Caixa e o BB deixarem a Febraban

Henrique Gimenes - 30/08/2021 15h04 | atualizado em 30/08/2021 16h40

Ministro Paulo Guedes Foto: Alan Santos/PR

Nesta segunda-feira (30), o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre o manifesto organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). De acordo com ele, inicialmente o texto seria em defesa da democracia, mas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) teria feito sugestões, e o texto passou a ser um “ataque ao governo”.

Devido à iniciativa, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) ameaçaram, no fim de semana, deixar a Febraban. O manifesto seria divulgado pela entidade nesta terça-feira (31), mas acabou adiado.

Guedes comentou o texto após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

– A informação que eu tenho é [de] que havia um manifesto de defesa da democracia, e aí não haveria problema nenhum. E que alguém na Febraban teria mudado isso para, em vez de ser uma defesa da democracia, ser um ataque ao governo. E aí a própria Fiesp disse que não iria fazer o manifesto, que está até suspenso por causa disso. Não estão chegando a um acordo – explicou.

O ministro então falou sobre a possibilidade de a Caixa e o BB deixarem a Febraban e disse que os bancos públicos não poderiam atacar o próprio governo.

– Se são bancos do próprio governo, como estariam atacando o próprio governo? […] Pela democracia, nenhum problema [assinar], mas não é o que eles [os bancos] disseram. Eles disseram que, na verdade, [o manifesto] era contra o governo, e não a favor da democracia. Eu aposto na democracia. Tenho dito isso desde o primeiro dia em que estou aqui, que democracia brasileira é vigorosa, é robusta, e eu acho que cada um deve fazer o seu papel – destacou.

Por fim, Guedes também defendeu a democracia no país.

– A Febraban, acho que ela está bastante ativa na reforma tributária, está defendendo bastante os interesses dos bancos, o que é normal e louvável. Acho que, se ela defender a democracia também, é muito bom. Nós queremos defesa da democracia, das reformas – apontou.

Após as declarações do ministro, a entidade divulgou nota negando ter sugerido qualquer ataque ao governo.

A íntegra do polêmico manifesto foi divulgada pelo jornal O Globo. De acordo com o veículo, o texto é o que circulava entre empresários nesta segunda.

Leia o manifesto:

A praça dos três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.

Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.

Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.

As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas.

O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e, assim, possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.

Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da nação brasileira.

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