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‘Falas de Bolsonaro contribuíram em elevar ameaças à Anvisa’

A afirmação foi feita pelo diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres

Pleno.News - 30/12/2021 17h08 | atualizado em 30/12/2021 17h44

antonio barra torres diretor da anvisa
Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa Foto: Pedro França | Agência Senado

Nesta quinta-feira (30), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse não ter “dúvidas” de que declarações do presidente Jair Bolsonaro “contribuíram” para ameaças feitas a funcionários da agência. As declarações ocorreram após a Anvisa autorizar a imunização de crianças entre 5 a 11 anos de idade contra a Covid-19.

A vacina anticovid da Pfizer que será aplicada em crianças será diferente da utilizada em adultos e adolescentes. De acordo com a Anvisa, menores de 12 anos deverão receber doses com apenas um terço da quantidade aplicada no restante do público. Para isso, a Pfizer deverá produzir frascos diferentes para diferenciar os grupos, sendo usada a cor laranja para crianças e a roxa para adolescentes e adultos.

Diante da situação, Bolsonaro disparou diversas críticas contra a liberação, inclusive em uma live semanal, quando pediu os nomes dos responsáveis na agência pela liberação da vacina.

Ao comentar as repercussões, Barra Torres afirmou que funcionários da agência têm recebido ameaças “tanto de morte quanto de perseguições, humilhações, violências e agressões”.

– Nota-se que são pessoas que querem fazer crer que a Anvisa é a única responsável por uma ação que não é dela, que é vacinar pessoas. Quem efetivamente decide incorporar ao sistema de saúde é o Ministério da Saúde […] É uma sensação preocupante por não haver a proteção policial até o presente momento, preocupante por identificar o cenário potencialmente perigoso [da variante Ômicron] e preocupante por não ver o foco no enfrentamento de um cenário provavelmente adverso para o ano de 2022 – destacou.

O presidente da Anvisa também considera que Bolsonaro contribuiu para a situação.

– Eu, particularmente, não tenho dúvida [de] que as duas falas [do presidente] contribuíram sobremaneira para o número aproximado de 170 ameaças. Entendo que isso somou um novo problema gravíssimo, gravíssimo, à questão vacinal no país – apontou Torres.

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