Fake news: Senador Arolde se diz alvo de ignorância e má-fé
Parlamentar discursou na CPMI das fake news
Gabriela Doria - 12/02/2020 18h05

O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) participou, nesta quarta-feira (12), da sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura as fake news e se pronunciou usando a si mesmo e a sua esposa, Yvelise de Oliveira, como exemplos de vítimas de notícias falsas.
Em seu discurso, o senador lembrou que, recentemente, ele e sua esposa foram envolvidos na investigação do assassinato do pastor Anderson do Carmo por causa de uma informação errada. Ele classificou a notícia falsa como resultado da “ignorância e má-fé” de jornalistas sobre as tecnologias da comunicação.
– Na manhã em que ele [pastor] morreu, minha esposa tentou ligar para a viúva, a deputada Flordelis. A deputada é uma cantora evangélica e nós temos uma empresa que distribui música e ela tem um contrato conosco. Então nada mais natural, já que temos uma relação de mais de 10 anos. Minha esposa tentou ligar para prestar condolências. Fez a ligação, não foi atendida, mas depois recebeu uma ligação de volta e em dois ou três minutos elas conversaram e encerrou-se o assunto – lembrou o senador.
A partir daí, o parlamentar esclareceu o erro de interpretação que levou os jornalistas a divulgarem a fake news sugerindo a ligação de Arolde e Yvelise de Oliveira na morte do pastor Anderson do Carmo.
– Foi feito um rastreamento no telefone do pastor falecido e, por acaso, era o mesmo telefone que chamou a minha esposa de volta no retorno da ligação naquela manhã. O caminho dessa ligação entrou na internet através de um protocolo de internet, o IP, e entrou na minha residência pela rede wi-fi e foi ao telefone da minha esposa na conversa. No rastreamento ficou esse registro. Aí, a ignorância e a má-fé juntas interpretam que o telefone da pessoa assassinada, que depois foi extraviado, estaria na minha casa. Isto tudo por ignorância deste processo e do que é que fica registrado nessa caminhada de uma chamada telefônica. Este é um fato que gerou uma tremenda fake news na imprensa de todo o Brasil. Três jornalistas do sistema Globo, por acaso, fizeram uma fake news monstruosa dizendo que esse telefone teria ido para a minha casa e depois de duas ou três horas teria ido para Brasília – apontou Arolde.
Antes de encerrar seu discurso, o senador justificou seu testemunho e destacou a importância da discussão de uma legislação que possa regular os novos processos de comunicação.
– A fake news não foi o telefonema, a interpretação [dos jornalistas] foi errada. A fake foi o conteúdo engendrado pelos jornalistas sobre o que teria acontecido. O conteúdo que foi para a mídia tradicional e para as redes sociais, este sim é fake news. Gostaria de fazer este esclarecimento para mostrar como a gente está exposto. E nós temos que aguentar o galho, não tem saída. Este processo é irreversível. Nós temos que nos apressar em fazer uma legislação que vá nos ajustando e estabelecendo novas relações na sociedade de como elas têm que ocorrer, tendo em vista esse novo momento da tecnologia – defendeu o parlamentar.
Leia também1 Yvelise de Oliveira depõe no caso Anderson do Carmo
2 Senador Arolde condena jornalismo da Globo: "Irresponsáveis"
3 Arolde de Oliveira: "O celular do Anderson do Carmo nunca esteve na minha casa"