Leia também:
X Guerra: Ministro Carlos França reforça imparcialidade do Brasil

Fachin vê “misoginia estrutural” nas eleições brasileiras

Ministro disse que Brasil possui modelo de sociedade "patriarcal, hierarquizado e masculinizado"

Pleno.News - 08/03/2022 12h39 | atualizado em 08/03/2022 13h10

Ministro Edson Fachin Foto: TSE/Carlos Moura

O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que considera haver uma “misoginia estrutural” que favorece a manutenção do “modelo patriarcal” na política eleitoral brasileira, a despeito dos esforços do órgão pelo contrário.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (7), o ministro disse que, apesar da definição de cotas de participação e dos estímulos ao financiamento das campanhas, a representação feminina ainda enfrenta dificuldades para avançar no país.

– Mesmo quando se destinam cotas de participação para que candidaturas femininas se apresentem, mesmo quando se impõe participação no fundo (eleitoral) para que a campanha seja financiada, a condição feminina acaba, a rigor, sendo manipulada perversamente para servir de instrumento à manutenção desse modelo patriarcal, hierarquizado e masculinizado que há na sociedade brasileira – declarou o ministro.

Nos últimos anos, iniciativas da Corte eleitoral e do Congresso estabeleceram que os partidos têm de reservar 30% de suas vagas em eleições para mulheres. Além de proposta de “bônus” financeiro para as legendas que mais conseguirem votos em candidatos negros e mulheres. O que, na prática, leva as siglas a destinarem mais recursos ao impulsionamento das campanhas femininas.

Na mesma entrevista, Fachin também afirmou ter confiança na lisura das Forças Armadas brasileiras. Segundo ele, elas não coadunariam com uma tentativa de golpe no país. De acordo com o ministro, o Exército se pauta pela Constituição.

– As Forças Armadas não integram conjuntura política, não exercem poder moderador e não tutelam a democracia. São instituições nacionais e permanentes. Historicamente, são parceiras da Justiça Eleitoral nos rincões mais remotos do Brasil – assegurou.

O presidente do TSE relembrou a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, e disse que aquele episódio serve de “lição” para o que não deve ocorrer no Brasil. Para tanto, segundo ele, é fundamental que os candidatos respeitem as regras do jogo eleitoral.

– Quem se inscreve para uma candidatura está se colocando à disposição do resultado legítimo que emergir das urnas – concluiu.

*Com informações da AE.

Leia também1 Edson Fachin não descarta banir Telegram durante eleições
2 Guerra: Ministro Carlos França reforça imparcialidade do Brasil
3 "Parabéns, mulheres, por seu dia", declara Jair Bolsonaro
4 Governo homenageia mulheres em cerimônia com Michelle
5 Podemos abre processo que pode causar expulsão de Mamãe Falei

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.