Fachin diz que voto impresso auditável é “pernicioso”
Para o ministro, quem defende a modalidade quer "sequestrar o poder"
Monique Mello - 22/07/2021 14h58 | atualizado em 22/07/2021 15h12

Na manhã desta quinta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, declarou que o voto impresso auditável, defendido por Bolsonaro, é “pernicioso, antieconômico e ineficaz”.
– Há um desígnio indisfarçado com três grandes objetivos: a exclusão do pensamento divergente; o enfraquecimento dos mecanismos de monitoramento social e do sistema de freios e contrapesos; e o descredenciamento das eleições como termômetro acurado da arbitragem social – disse Fachin, durante evento organizado pela organização Transparência Eleitoral.
O ministro fez ainda uma crítica a Bolsonaro ao afirmar que, “em paralelo à defesa inflamada de um novo método de votação, eis que há governantes que querem mudar as regras, ao invés de obedecê-las”.
Para o ministro do STF, o processo eleitoral é questionado por quem pretende “sequestrar o poder”.
– A chave, nada obstante, para a preservação da experiência democrática, está sendo questionada por atores políticos interessados que almejam sequestrar o poder, estabelecendo um regime de inverdade consensual, um acordo sobre a mentira que é fruto desses tempos denominados de pós-verdade, o que a rigor é a antessala, é um pré-fascismo – disse Fachin.
– Tudo isso se assenta em acusações de fraudes vazias de provas e sem respaldo na realidade – completou o ministro.
Nas redes sociais, as declarações do ministro do supremo repercutiram de forma negativa, com a palavra “pernicioso” entre os trend topics do Twitter, no início da tarde desta quinta-feira (22).
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