Pleno.News - 05/08/2023 14h10 | atualizado em 07/08/2023 17h14

O manifestante que agrediu o ex-deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP), também conhecido como “Mamãe Falei”, com um soco se chama Cristiano Nascimento, mais conhecido como “Batóre”. Ele é um ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de São Paulo.

Ele foi contatado pelo Estadão, mas disse que os seus advogados recomendaram que ele não se pronuncie no momento.

Do Val foi agredido com um soco no rosto por um manifestante no Centro de São Paulo, nesta quinta-feira (3). Ele foi até uma manifestação contra a operação policial que já deixou 16 mortos em Guarujá para gravar um vídeo para o seu canal do YouTube, onde confronta apoiadores de esquerda.

Segundo Do Val, a comoção pelas mortes por parte dos manifestantes não foi a mesma com a morte do soldado da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, de 30 anos, assassinado durante um patrulhamento em Guarujá.

No vídeo que circula nas redes sociais, o ex-deputado questiona se participantes também protestam contra as mortes ocorridas em confrontos policiais na Bahia, governada por Jerônimo Rodrigues (PT).

Na manifestação, do Val foi chamado de “estuprador” por participantes. A ofensa faz referência ao episódio que causou a sua cassação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e a sua inelegibilidade por oito anos, em maio do ano passado.

Dois meses antes, o ex-deputado teve divulgados áudios de teor machista – em que afirma que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres” – quando estava na Ucrânia representando o Movimento Brasil Livre (MBL).

Enquanto do Val estava tentando conversar com algum manifestante, um homem com uma camisa cinza encarou o ex-parlamentar e desferiu um soco em seu rosto. O ex-deputado não revidou, apenas afirmando que o golpe não o havia machucado.

– Nem doeu. Esse é o máximo que você consegue, irmão? – disse.

Após ser agredido, o ex-deputado foi colocado para fora do centro do protesto por outros manifestantes, que entoaram o coro “fora, estuprador”. A suplente de deputada estadual, Amanda Vettorazzo (União Brasil-SP) acompanhou do Val com uma faixa escrita “policiais são heróis” e também foi rechaçada pelos militantes.

– Você é branca, né? Por isso policial é herói. Quero ver se fosse preta – disse uma mulher.

O QUE DIZ ARTHUR DO VAL?
Ao Estadão, o ex-deputado estadual Arthur do Val afirmou que irá protocolar um boletim de ocorrência, nesta segunda-feira (7), contra Nascimento e outro homem que o ameaçou. Do Val disse que assim que chegou ao Centro de São Paulo, foi ofendido e ameaçado. Segundo ele, após a agressão, o protesto se dispersou.

– Eles mesmos acharam que a manifestação ia ser maior, e não foi. Eu acho que está muito claro que a população não comprou essa narrativa – disse.

Do Val afirmou que acredita que, se tiver acontecido excessos na operação policial na Baixada Santista, os policiais devem ser apurados e punidos, mas que a resposta do Estado à morte do membro da Rota teve de ser “dura e rápida”.

– Não podemos simplesmente aceitar que um policial honesto tenha sido morto a distância e, de repente, a gente aceita. O que que vai acontecer, o crime organizado vai falar “nós podemos tudo”, então isso não pode acontecer. Então tem que ter resposta, e a resposta tem que ser dura e tem que ser rápida – afirmou.

*Com informações da AE

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