Leia também:
X Ex-diretor da Abin diz que órgão sabia que ato do 8/1 seria grande

Ex-diretor da PRF admite blitz nas eleições, mas nega viés político

Djairlon Henrique Moura prestou depoimento como testemunha de Anderson Torres

Pleno.News - 27/05/2025 12h45 | atualizado em 27/05/2025 13h15

Djairlon Henrique Moura Foto: Reprodução/GloboNews

O ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura disse ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (27), que as operações do grupo no dia do segundo turno da eleição presidencial, em outubro de 2022, ocorreram para verificar a condição dos carros e dos transportadores, mas não impediram o fluxo de veículos de transporte durante a data.

Djairlon também confirmou a existência de uma operação da PRF para monitorar o transporte de pessoas da região Centro-Oeste e Sudeste para o Nordeste nos dias antes da eleição, mas negou que houve um direcionamento para afetar eleitores nordestinos.

– Mais de 60% dos veículos fiscalizados não demoraram mais que 15 minutos para liberá-los – disse.

Segundo ele, o foco era verificar “as condições do veículo e do condutor”.

A audiência desta terça faz parte da ação penal contra o chamado núcleo crucial da suposta tentativa de golpe de Estado, composta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) e outros sete réus. Todos os ouvidos são testemunhas do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O ex-diretor da PRF confirmou ter participado de uma reunião no dia 19 de outubro de 2022 em que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi tratado de um “policiamento direcionado” que seria executado no segundo turno.

A denúncia traz uma conversa em um grupo de WhatsApp em que a ex-diretora de inteligência de Ministério da Justiça Marília de Alencar afirma que nessa reunião Anderson Torres foi “isento p… nenhuma” e “meteu logo um 22”, em referência ao número de urna de Jair Bolsonaro.

No entanto, Djairlon negou a existência de um policiamento direcionado ou de alguma manifestação parcial do ex-ministro.

Antes da oitiva, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, contestou o depoimento, já que o próprio Djairlon é indiciado em inquérito que investiga as blitze ocorridas no dia do segundo turno.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, lembrou, por três vezes durante a audiência, que o testemunho do ex-diretor da PRF sobre esse episódio não teria valor já que ele poderia mentir na condição de investigado.

Gonet também contestou a participação de Caio Rodrigo Pelim, que foi diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal na reta final do governo Bolsonaro. Segundo o procurador-geral, ele é investigado nesse mesmo inquérito. Pelim e a defesa de Torres se disseram “surpresos” por não saberem disso.

Pelim, assim como Djairlon, participou da reunião do dia 19 de outubro de 2022 e disse que “pelo que presenciou” não houve algum policiamento direcionado ou teor político naquela reunião

Um relatório produzido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e encaminhado à Polícia Federal (PF) aponta indícios de que as blitze feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais podem ter atrasado a chegada dos eleitores aos locais de votação.

Na época, Silvinei Vasques estava à frente da instituição e as operações se concentraram principalmente no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva costuma ter maior votação. Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023 em decorrência da investigação e foi solto depois de um ano, com a obrigação de usar tornozeleira eletrônica.

*AE

Leia também1 Nos EUA, foragido do 8/1 chora em vídeo e pede ajuda a Eduardo
2 AGU pede ao STF medidas para responsabilizar redes sociais
3 Aldo Rebelo vê intimidação em ameaça de Moraes de prendê-lo
4 'Fiz uma cagada', diz Paulo Gonet ao esquecer microfone aberto
5 Saiba o que disse Mourão ao STF sobre a suposta tentativa de golpe

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.