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Estudante de 19 anos dá golpe milionário no governo Witzel

Empresa que assinou contrato de R$ 56 milhões com o Rio de Janeiro nunca forneceu respiradores

Paulo Moura - 06/05/2020 14h51 | atualizado em 06/05/2020 15h56

Witzel levou golpe de jovem de apenas 19 anos Foto: Reprodução

O governo do Estado do Rio de Janeiro, dirigido por Wilson Witzel, tem sido bombardeado com suspeitas relacionadas a gastos com a pandemia de Covid-19 quase que diariamente.

A mais recente é a notícia de que Witzel teria levado um “golpe” de um estudante de apenas 19 anos. O “calote” teria custado aos cofres públicos nada menos que R$ 56,2 milhões.

Segundo a revista Veja, a história começou quando o governo fluminense encomendou, no dia 31 de março, 300 respiradores pulmonares para infectados em estado grave.

Após o Estado abrir o processo de compra, uma pequena empresa, a MHS Produtos e Serviços, ofereceu entregar os equipamentos pelo valor de R$ 56,2 milhões. Porém, só havia um pequeno detalhe: a empresa nunca havia fornecido esse tipo de produto.

Outra informação importante, e que o governo parece ter ignorado, é que o sócio majoritário da empresa era Guilherme Sismil Guerra, de 19 anos de idade, “CO-CEO” de um programa de podcast desconhecido no Spotify.

Como era de se esperar, com todo esse conjunto de fatores atrapalhados, nenhum aparelho foi entregue. Por isso, o Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas do estado (TCE) resolveram apurar o caso.

Logo no início das investigações, os órgãos descobriram que o jovem saiu da sociedade da empresa e seu pai, Glauco Guerra, ex-funcionário da Receita Federal, assumiu o negócio e alegou que a empresa sempre foi dele.

A proposta aprovada pela Secretaria de Saúde indicou que cada respirador custaria R$ 187,5 mil. Questionado sobre o preço, Glauco afirmou que estava dentro da média.

– Não estou superfaturando nada. A prefeitura de Niterói pagou 49 mil dólares (R$ 277 mil reais, em valores atuais) por equipamento. Não é superfaturamento. O preço oscilou demais – diz ele.

Diante desse enredo confuso, um parecer da Secretaria de Saúde reconheceu que, durante a compra dos itens, houve “falta de ampla pesquisa de preços” e um “número mínimo de cotações”, além de “falta de assinatura contratual”.

No final, os respiradores, itens essenciais diante da pandemia, ainda não apareceram. A última previsão é que pelo menos 97 deles sejam entregues até esta quinta-feira (7). O próprio Glauco admite que não deve seguir trabalhando com o equipamento.

– Não temos mais interesse em seguir fornecendo respiradores. O desgaste é muito grande – completou o ex-servidor da Receita.

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