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Estadão diz que nova postura de Lula com Maduro é “jogo de cena”

Para o jornal, preocupação expressa pelo petista é "mera conveniência político-eleitoral"

Thamirys Andrade - 02/04/2024 14h41 | atualizado em 02/04/2024 16h07

Lula e Maduro juntos em Brasília (DF) Foto: EFE/ André Coelho

As manifestações de preocupação do governo Lula (PT) em relação às eleições venezuelanas foram tema de editorial do Estadão, nesta terça-feira (2). No texto, o jornal afirma que as expressões de “surpresa” com a condução do pleito não ocorrem porque o petista se deu conta de que as eleições no país vizinho não são limpas. Mas sim porque “agora o regime sequer se dá ao trabalho de salvar as aparências e maquiar o pleito como ‘livre e justo’”.

– Longe de ser exceção, a perseguição a opositores é há décadas uma regra de aço num regime que sistematicamente oblitera candidatos da oposição, inabilitando-os, prendendo-os ou forçando-os ao exílio. Mesmo assim, ainda em março, Lula, que já disse que a Venezuela é democrática até demais, porque “tem mais eleições que o Brasil”, se disse “muito tranquilo”, permitindo-se equiparar o processo judicial de inabilitação de María Corina ao seu em 2018 e ainda recomendar a ela que parasse de “chorar” e escolhesse um substituto. Foi o que ela fez, mas essa candidata foi barrada por misteriosos “problemas técnicos” no prazo para a inscrição – escreveu o jornal, no editorial intitulado O Valor da Preocupação de Lula.

O periódico ainda observou que até a nota do Itamaraty, as declarações de Lula sobre a Venezuela eram recheadas de ensosso ao regime chavista. O jornal recorda que o petista recebeu com “pompa” o ditador Nicolás Maduro no Brasil em maio de 2023 e defendeu que o conceito de democracia é “relativo”.

– Mas quando o regime se recusa até a encenar a pantomima judicial e forjar um álibi “jurídico e político” para sua delinquência, aí nem os fabulosos marqueteiros do PT dão jeito. Tanto mais que as pesquisas indicam que a população brasileira e seus representantes estão fartos de ver o governo lulopetista usando o Estado brasileiro para bajular a frente ampla autocrática internacional que tanto apraz a Lula. Talvez esse clima também tenha surpreendido Lula, obrigando sua chancelaria a balbuciar sua “preocupação” – acrescentou o Estadão.

Para o veículo, a “nota de entusiasmo efusivo do PT” com a eleição de Vladimir Putin, na Rússia, e o recente acordo de cooperação com o Partido Comunista de Cuba provam que a postura contrária de Lula ao cenário eleitoral na Venezuela “é só mais um jogo de cena fabricado por mera conveniência político-eleitoral”.

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