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Estadão critica Lula por cogitar Zanin no STF: “Mau caminho”

Para jornal, presidente tem sido "fiel a seus caprichos" e "indiferente ao interesse público"

Thamirys Andrade - 15/05/2023 13h30 | atualizado em 15/05/2023 14h15

Cristiano Zanin ao lado de Lula Foto: Ricardo Stuckert/PT

A despeito da reclamação da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, o jornal O Estado de São Paulo segue publicando editoriais contrários ao governo. No texto intitulado A Construção de Um Mau Caminho divulgado nesta segunda-feira (15), o veículo tece críticas à intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar seu advogado, Cristiano Zanin, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para o periódico, a escolha por Zanin sintetizaria o terceiro mandato do petista: “fiel a seus caprichos e indiferente ao interesse público”.

De acordo com o editorial, a indicação contraria até mesmo a pressões do próprio PT para que Lula busque outro nome. Apesar disso, o presidente estaria cada vez mais decidido a fazê-lo, e o terreno para isso estaria “mais preparado no Judiciário e no Legislativo”.

Para o jornal, Zanin é considerado um “bom advogado”, mas isso não basta para ser um ministro da Corte máxima.

– Compor a Corte constitucional requer mais do que uma excelência na práxis da advocacia. É preciso ter notável saber jurídico. E aqui, sem desmerecer Cristiano Zanin, é de justiça reconhecer a completa ausência de qualquer conhecimento sobre ele. Não se sabe o que ele pensa. Suas posições jurídicas são uma incógnita. Não há nada a indicar sua específica compreensão do Direito e da Constituição. Ou seja, simplesmente não se sabe qual é, de fato, o seu saber jurídico – avaliou o Estadão.

Editorial do Estadão Foto: Reprodução

Para o periódico, descumprir tais requisitos faz com que a Constituição fique desprotegida, e que as decisões da Corte se tornem mais vulneráveis aos dissabores da opinião pública. O resultado seria que as determinações do Supremo tenderiam a ser contestadas mais facilmente.

– A população não precisa gostar dos ministros, tampouco concordar com suas posições. Mas é imprescindível que não haja nenhuma sombra sobre seu saber jurídico. Por isso, não é nenhum demérito, a princípio, não preencher os requisitos constitucionais. As exigências específicas para integrar o Supremo expressam o necessário cuidado com a Corte constitucional, de forma a que ela tenha condições de exercer adequadamente sua função contra majoritária de defesa da Constituição – diz o texto.

Segundo o jornal, Lula “tem escutado pouco e agido de forma teimosa – ou mesmo arbitrária – em muitos assuntos”. Ao fazer tal indicação, o petista mostraria ser “indiferente às exigências constitucionais” e “fiel apenas a seus impulsos, gostem os outros ou não”.

GLEISI HOFFMANN
Esse é mais um entre vários editoriais recentes do jornal contra Lula. As críticas sucessivas fizeram com que a dirigente do PT, Gleisi Hoffmann, se pronunciasse por meio de suas redes, classificando os textos como “arrogantes” e “mofados”.

– É comovente o esforço do Estadão para parecer que ainda tem alguma relevância. Não, Estadão… seus editoriais raivosos, arrogantes, desinformados e mofados não vão atrapalhar o governo Lula na missão de reconstruir o país. Vira a página que o mundo mudou – escreveu ela no Twitter, neste sábado (13).

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