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Especialista aponta problemas na legalização do aborto

Farmacêutica representou contrários à liberação em audiência no STF

Camille Dornelles - 03/08/2018 12h50 | atualizado em 03/08/2018 16h11

Lenise Aparecida Martins Garcia falou sobre criminalização do aborto no STF Foto: Reprodução Facebook

A farmacêutica Lenise Aparecida Martins Garcia, da Universidade de Brasília (UnB), foi uma das expositoras de audiência no Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (3). Ela representou o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida e defendeu a criminalização do aborto.

De acordo com a especialista, que usou um estudo da National Geographic como base, um feto com 12 semanas tem sistema nervoso, mexe as pernas e testa a força dos membros. Garcia também frisou que, “se for uma menina, ela já tem útero”.

– Eu não posso desconsiderar o valor dessa pessoa só por ser pequeninho. Ele já é um filho, tem mãe e tem pai. E a gente sabe que desenvolvimento econômico não implica desenvolvimento ético. Os países em que o aborto é liberado estão muito longe de estarem pacificados – defendeu.

Confira outros argumentos levantados pela especialista.

POUCA COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA
Garcia declarou que a legalização não pode ser feita com os dados científicos atuais por não serem absolutos.

– Essa indicação de 12 semanas é totalmente arbitrária. Tanto que os países escolhem diferentes patamares de investigação. Portugal trabalha com dez semanas, a Argentina está trabalhando com 14. Se houvessem fatos científicos comprobatórios não haveria essa diferença – declarou.

AUMENTO DE CASOS
A defensora pró-vida também argumentou que a legalização do aborto pode aumentar o número de casos. Ela se baseou em números divulgados por governos de países que já liberaram a interrupção da gravidez.

– A legalização faz com que aumente o número de abortos. Se comparam dados supostos anteriores à aprovação com dados reais pós aprovação. No Uruguai, por exemplo, já citado por favoráveis, aumentaram em 36% – apontou.

PRESSÃO EXTERNA E MACHISMO
Para Garcia, a decisão de abortar não é movido apenas pelo desejo da mulher, mas por muitas pressões externas. Essas partem, segundo a ativista, principalmente do pai da criança.

– Muitas vezes o aborto é uma decisão do homem. As mulheres são pressionadas por seus parceiros para interromper a gravidez. A pressão a gente sabe que é muito violenta. A gente atua muito com entidades que atendem mulheres que pensam em abortar porque estão sendo pressionadas – relatou.

A farmacêutica defendeu que a legalização pode incentivar o aumento do machismo e do poder de decisão dos homens.

– Precisamos analisar se, num ambiente machista, estamos realmente favorecendo direitos da mulher ao liberar o aborto. Se o aborto é problema, o aborto não pode ser solução. – indicou.

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