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Ernesto Araújo diz que Bolsonaro tomou “pílula azul”

Para o ex-chanceler, o governo virou a "base do Centrão"

Monique Mello - 16/11/2021 15h07 | atualizado em 16/11/2021 16h20

Presidente Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo durante conferência promovida pelo banco Credit Suisse
Ernesto Araújo é ex-ministro do governo Bolsonaro Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a seu governo durante participação em um congresso conservador realizado em Santa Catarina. O ex-chanceler afirma que Bolsonaro “virou a base do Centrão” e que, em algum momento, decidiu tomar a “pílula azul”.

– O governo, em algum momento, decidiu tomar a pílula azul. Um governo que foi eleito por uma grande tomada de pílula vermelha resolveu tomar a pílula azul. Às vezes eu acho que, em alguma reunião ministerial [em] que eu não estava, distribuíram a pílula azul, e todo mundo tomou. Por sorte, eu não estava e não tomei… Nem teria tomado, eu acho – afirmou no evento realizado neste domingo (14).

O ex-chanceler fez referência ao filme Matrix, em que o personagem principal, vivido por Keanu Reeves, tem a opção de tomar uma pílula vermelha e conhecer a realidade do mundo em que vive, ou uma pílula azul, que impede os personagens de enxergar a realidade, permanecendo em um mundo de mentiras e ilusões.

– O pior é que colocaram uma pílula azul no café do presidente da República. Azularam completamente o governo e a atuação do presidente. Então surgiu aquela coisa: “Precisamos fazer do Centrão a base do governo”. O que a gente viu é que o governo virou a base do Centrão – continuou.

Para o ex-ministro, a maioria dos integrantes do governo nunca quis enfrentar de verdade o “sistema”.

– A maioria, eu acho, no governo nunca quis enfrentar o sistema. Seja por falta de coragem, por falta de convicção, ou por interesse pessoal no sistema – declarou.

Ícone do conservadorismo, Ernesto Araújo foi demitido do cargo no fim de março deste ano, após meses de intensa pressão de diversos setores da sociedade e do próprio governo. Aliados do embaixador sempre atribuíram sua queda a articulações de militares e parlamentares do Centrão, ambos pilares de sustentação política do presidente no Palácio do Planalto.

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