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Ernesto Araújo acusa Bolsonaro de ‘desinformação russa’

Ex-chanceler aponta que neutralidade do presidente transmite "preferência" por Vladimir Putin

Monique Mello - 02/03/2022 15h35 | atualizado em 02/03/2022 18h25

Ernesto Araújo em um canal chamado Logopolítica Foto: Reprodução/YouTube Logopolítica

O ex-chanceler Ernesto Araújo fez críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante da guerra na Ucrânia e afirmou que o chefe do Executivo está reproduzindo “desinformação russa” em suas falas.

Em vídeo publicado nesta terça-feira (1º) em seu canal no YouTube, o ex-ministro das Relações Exteriores disse que a posição de suposta “neutralidade” defendida pelo chefe do Executivo brasileiro transmite, na verdade, uma preferência pelo país de Vladimir Putin.

– Me parece que a posição correta do Brasil, compatível com nossos valores morais e interesses materiais, seria um apoio à Ucrânia, junto com as grandes democracias ocidentais – afirmou Araújo.

O ex-chanceler também criticou a visita de Bolsonaro à Rússia no momento em que a tensão entre os países europeus já estava em escalada, o que, segundo o ex-ministro, contradiz a posição neutra que o presidente diz defender.

Araújo argumentou que Bolsonaro validou a narrativa russa ao se referir a Volodmir Zelenski, presidente do país invadido, como “comediante”.

– A ilação que o presidente [Bolsonaro] está fazendo é que o povo ucraniano entregou o seu destino a alguém que não tinha capacidade de conduzi-lo e agora está sofrendo as consequências disso. Isso é pura propaganda russa – disse Araújo, acrescentando não considerar demérito o fato de o líder ucraniano ser um ex-comediante.

Antigo aliado de Bolsonaro, o ex-chanceler tem feito críticas constantes ao chefe do Executivo. Recentemente, Araújo acusou o presidente de estar favorecendo uma política “pró-China” por meio de sua aliança com o Centrão. Segundo o ex-ministro, o bloco teria passado a pautar a gestão federal conforme os interesses do país asiático.

As críticas de Araújo ecoam um racha na base de apoiadores do governo sobre como o Brasil deve se posicionar diante da invasão da Ucrânia. O conflito movimentou diferentes campos da política brasileira e expôs posicionamentos confluentes entre parte dos aliados de Bolsonaro e grupos de oposição.

*AE

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