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Entidade de juízes exige punição ao senador Cid Gomes

Grupo vê tentativa de homicídio com agravantes

Gabriela Doria - 21/02/2020 19h22 | atualizado em 21/02/2020 20h38

Cid Gomes foi baleado durante protesto de PMs Foto: Reprodução

Uma entidade de juízes federais pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que denuncie o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) por ter avançado com uma retroescavadeira contra policiais amotinados em um quartel em Sobral (a 270 quilômetros de Fortaleza).

Em representação protocolada na PGR, a União Nacional dos Juízes da União do Brasil (Unajuf) quer que o órgão apresente denúncia sob acusação de tentativa de “homicídio qualificado com emprego de meio resultante em perigo comum e de impossibilidade de defesa das vítimas”.

A entidade, uma dissidência da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), é presidida pelo juiz Eduardo Cubas, da Vara Federal de Formosa (GO), que ficou conhecido por gravar um vídeo com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em 2018 questionando a credibilidade da urna eletrônica.

O discurso da entidade se alinha ao que os filhos de Bolsonaro têm dito, de que o senador licenciado pôs em risco a vida dos amotinados.

Após avançar com a retroescavadeira na quarta (19) sobre os policiais, Cid foi baleado com dois tiros, mas não corre risco de morte. Para a Unajuf, “nada pararia o intento criminoso senão mesmo bala”.

– Cid Gomes deve responder por seus atos como qualquer cidadão que intenta, de forma violenta, contra a vida, sendo certo que elementos psicológicos ou psiquiátricos serão melhor conhecidos ao longo de eventual ação penal – diz a representação.

À reportagem, o juiz Eduardo Cubas afirma que decidiu representar contra o senador licenciado porque considerou a atitude “um exemplo negativo para a sociedade”.

– Se manifestando bem ou mal, ninguém pode pegar um trator e jogar em cima das pessoas. Não é assim que as coisas se resolvem na democracia. A nossa intenção [na representação] é pontuar a supremacia da lei – afirma Cubas.

Por outro lado, para ele, a reação dos policiais foi “um ato de legítima defesa, de bravura”.

– Imagina se não tivesse ninguém armado, o problema que ia ser? – acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de os tiros pegarem em outras pessoas, apontou que se enquadraria um “erro de tipo”, dispositivo do Código Penal que exclui o dolo.

A Unajuf, segundo ele, tem atualmente cerca de 200 integrantes e é uma entidade “independente, sem nenhum viés ideológico. Nem de esquerda, nem de direita”. Cubas afirma que a Unajuf atua, sobretudo, em defesa do Estado democrático de Direito.

*Folhapress

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