Entenda o que é a Bancada Cristã e quais benefícios ela terá
Grupo terá espaço na reunião de líderes e poderá usar a palavra por cinco minutos semanais
Leiliane Lopes - 23/10/2025 15h31 | atualizado em 23/10/2025 18h09

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (22), o regime de urgência para o Projeto de Resolução 71/25, que cria a Bancada Cristã. A proposta foi apresentada pelos deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Luiz Gastão (PSD-CE), presidentes das frentes parlamentares evangélica e católica.
Se aprovada, a nova bancada será composta por parlamentares que professam a fé cristã, mediante autodeclaração feita no início da legislatura. Ela terá uma coordenação-geral e três vice-coordenadorias, responsáveis por representar o grupo dentro da Câmara.
Entre os principais benefícios previstos, a Bancada Cristã passará a ter voz e voto nas reuniões de líderes partidários, espaço onde são definidas as pautas semanais de votação. Além disso, poderá usar a palavra por cinco minutos semanais durante o período de comunicações de liderança, para expressar a posição dos parlamentares cristãos sobre temas de interesse.
De acordo com o texto, a criação da bancada não gerará custos adicionais à Câmara. Os autores afirmam que o objetivo é “reforçar o direito dos parlamentares de organizarem-se para promover o debate público à luz de seus valores e convicções”, garantindo maior articulação de pautas ligadas à família, à vida e à liberdade religiosa.
Na justificativa, os proponentes ressaltam que o Brasil tem mais de 80% da população cristã, segundo o IBGE, e que a bancada pretende refletir essa representatividade dentro do Parlamento. Para eles, a medida “valoriza a fé e fortalece a democracia”, ao ampliar os instrumentos de participação política.
CRÍTICAS DA ESQUERDA
A proposta, no entanto, enfrenta resistência na Casa. A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), afirmou que o projeto fere o princípio do Estado laico.
– O espaço político não pode privilegiar com voz e voto no Colégio de Líderes uma fé professada – disse.
O deputado Mário Heringer (PDT-MG), líder do PDT, também criticou a medida.
– Quando nós fazemos essa escolha, estamos discriminando as outras religiões – afirmou.
Dos 30 votos contrários ao requerimento de urgência, a maioria é de deputados do PSOL.
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