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Entenda a briga entre Olavo de Carvalho e ministros militares

Troca de farpas se intensificou nos últimos dias

Camille Dornelles - 07/05/2019 15h12 | atualizado em 07/05/2019 15h47

Olavo de Carvalho Foto: Vivi Zanatta/Folhapress

Nesta terça-feira (7), a troca de farpas entre o escritor Olavo de Carvalho e militares do governo se intensificou. O general Eduardo Villas Bôas chegou a rebater críticas em uma entrevista à imprensa e o pensador manteve uma série de postagens em seu Facebook, atacando o grupo.

Tudo começou quando um vídeo de Olavo foi publicado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de abril. Nele, Carvalho afirma que as escolas militares não produzem nada de bom há muito tempo, “só cabelo pintado e voz empostada”.

Em março, ele já havia dito que Bolsonaro estava “cercado de traidores” e tinha criticado o vice-presidente, general Hamilton Mourão, a quem chamou de “cara idiota”.

– Ele não escolheu 200 generais. Foram 200 generais que o escolheram. Esse pessoal quer restaurar o regime de 1964 sob um aspecto democrático. Eles estão governando e usando o Bolsonaro como camisinha – disse, na época.

EMBATE COM SANTOS CRUZ
Poucos dias depois, o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, saiu em defesa de Mourão e criticou Olavo.

– Por suas últimas colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões, inconsequente, o desequilíbrio fica evidente – afirmou.

A briga se agravou no último fim de semana, quando Olavo criticou uma entrevista na qual Santos Cruz defende que o uso das redes sociais (por onde ocorrem os xingamentos) deve ser “disciplinado”. Para o ideólogo, o militar queria criar regras para postagens.

A partir daí, seguidores do pensador afirmaram que Santos Cruz, que cuida da comunicação do Palácio do Planalto, prejudica as estratégias que querem ser implantadas.

VILLAS BÔAS ENTRA NA BRIGA
Nesta segunda-feira (6), o ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Eduardo Villas Bôas, criticou o filósofo Olavo de Carvalho por suas acusações.

Ele chamou Olavo de Carvalho de “Trotski de direita”, numa referência ao revolucionário russo que disputou, com Josef Stalin, o controle do Partido Comunista na União Soviética. Nesta terça, uma entrevista com Villas Bôas foi publicada pelo Estado de S. Paulo.

– É também muito grave a maneira como ele se refere com impropérios a oficiais da estatura dos generais Mourão (vice-presidente da República), Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo), Heleno (ministro) e aos militares em geral – declarou.

XINGAMENTO NA MADRUGADA
Depois da mensagem de Villas Bôas, Olavo publicou uma série de críticas em seu Facebook. Entre elas, atacou o general, afirmando que

– Nem o Lula seria vil e porco o bastante para, fugindo a argumentos sem resposta, se esconder por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas. Mas os nossos heroicos generais são – postou.

Postagem de Olavo de Carvalho Foto: Reprodução

BOLSONARO NO MEIO
No dia 22 de abril, o presidente falou sobre as trocas de farpas entre governistas e o escritor. Ele afirmou, em nota, que Olavo de Carvalho “teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras, mas que “suas recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços”.

Ele também publicou um tuíte no qual disse que não haveriam regulamentações de redes sociais em seu governo. Nesta segunda, ele voltou a falar sobre os embates, mas minimizou o clima de divisão.

– A melhor resposta é ficar quieto. Essa orientação é que eu tenho falado. Porque temos coisas muito, mas muito mais importantes para discutir no Brasil. Não existe grupo de militares e nem grupos de “Olavos” aqui, é tudo um time só – disse a jornalistas.

 

 

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