Em jantar, Bolsonaro promete acelerar vacinação no país
O presidente foi ovacionado por empresários
Pleno.News - 08/04/2021 12h50 | atualizado em 08/04/2021 18h22

O jantar entre o presidente Jair Bolsonaro e empresários brasileiros foi marcado pela escalação de vários membros do governo para assegurar que haverá um esforço para trazer a revitalização da economia, que anda combalida pela nova onda de infecções e pelos sucessivos recordes de mortes por Covid-19.
Embora temas como reformas estruturais tenham sido abordados, a principal tônica do encontro, segundo os presentes, foi a vacinação no ritmo mais acelerado possível. Não houve detalhamento, porém, de como essa intenção vai ser colocada em prática.
A postura do presidente no encontro foi elogiada pelos empresários.
– Foi uma conversa boa. Eu gostei, me deu tranquilidade – definiu Rubens Menin, controlador de MRV, Banco Inter e da rede de televisão CNN.
Segundo o empresário, Bolsonaro também se comprometeu com a austeridade fiscal e com as reformas, que são outras demandas do setor produtivo.
A aproximação entre empresários e Bolsonaro vem na esteira de uma carta, divulgada no fim de março, em que economistas e banqueiros cobravam uma mudança na condução do governo em relação à economia e ao combate à pandemia.
O encontro, realizado na casa do empresário Washington Cinel, da empresa de segurança Gocil, reuniu diversos empresários, alguns deles apoiadores do presidente desde a campanha de 2018.
Segundo um empresário presente na reunião nesta quarta-feira (7), Bolsonaro foi o último a falar. E, segundo ele, foi “ovacionado” ao comprometer-se com a imunização da população, para que ela ocorra da maneira mais rápida possível.
Na reunião, Bolsonaro destacou que o país tem duas fábricas próprias de vacina – a da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e a do Instituto Butantan, em São Paulo – e afirmou que vai fazer de tudo para acelerar o processo de vacinação.
O presidente também tentou instar os empresários a focar nos aspectos positivos do governo, e não apenas nos negativos.
Segundo Rubens Menin, questionamentos sobre o viés ideológico do presidente e suas ações ficaram de fora da pauta da noite, pois “foi uma conversa de alinhamento, não de confusão”.
CASA CHEIA
Aliados do presidente estiveram presentes no jantar. Entre eles, destacam-se o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara; Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; Fábio Faria, ministro das Comunicações; Tarcísio Freitas, da Infraestrutura; Marcelo Queiroga, da Saúde; Paulo Guedes, ministro da Economia e entre outros.
Entre os empresários, discursaram Rubens Ometto (da Cosan), Claudio Lottenberg (presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein), André Esteves (BTG Pactual) e Alberto Saraiva (fundador do Habib’s). Do lado do governo, falaram Campos Neto, Guedes e, por fim, Bolsonaro.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou após o jantar que os presentes no evento apoiam o governo e o trabalho dos ministros. “O recado foi este”, disse.
Em conversa com jornalistas, após o evento, Faria afirmou que a conversa foi amistosa e que não houve cobranças por parte dos empresários.
– Todos sabem do esforço que estamos fazendo. Precisamos de união. Ninguém aguenta mais politização – disse Faria, prometendo, como Bolsonaro, que o Brasil vai acelerar o processo de vacinação.
*Estadão
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