Em Itaipu, Silva e Luna cortou custos e militarizou empresa
General indicado para comandar a Petrobras tem perfil austero na avaliação de especialistas
Pleno.News - 24/02/2021 14h31 | atualizado em 24/02/2021 15h49
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Petrobras no lugar de Roberto Castello Branco, o general do Exército Joaquim Silva e Luna tem perfil austero e obediente aos comandos dos superiores. Nas palavras de um executivo da área de energia que acompanha de perto o dia a dia de Itaipu, Silva e Luna acompanhou os números muito de perto e enxugou despesas.
Outra característica importante do grupo militar do qual o pernambucano Silva e Luna faz parte é não ter o viés estatizante nem fazer oposição a privatizações, diz Manuel Domingues, doutor em História pela Universidade de Paris e especializado em estudos militares.
Para Domingues, é preciso aguardar o que Silva e Luna fará no comando da estatal, caso seu nome seja aprovado pelo conselho da Petrobras. Seu currículo mostra duas pós-graduações: em política, estratégia e alta administração, pela Escola Maior do Exército, e em projetos e análise de sistemas, pela Universidade de Brasília.
Como diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Silva e Luna tinha a missão de colaborar para as negociações da revisão do Anexo C, do Tratado de Itaipu, que regula a parte financeira do acordo e vence em 2023. Com a quitação da dívida de Itaipu nesse prazo, o custo da energia produzida pela usina pode cair.
Na gestão de Silva e Luna, Itaipu se tornou a estatal mais militarizada do país. Além do presidente, há quatro executivos e dois conselheiros das forças armadas. Para o lugar de Silva e Luna em Itaipu, foi escolhido outro militar: o também general da reserva João Francisco Ferreira.
*Estadão
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