Em entrevista, José Dirceu faz críticas a Bolsonaro
Petista também criticou filho do futuro presidente
Ana Luiza Menezes - 12/12/2018 21h50 | atualizado em 13/12/2018 10h17
Em entrevista publicada pela BBC Brasil nesta quarta-feira (12), José Dirceu fez várias declarações, sendo algumas delas contra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O petista foi ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2003 e 2005.
O político foi condenado a 41 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em dois processos da Operação Lava Jato, mas está fora da prisão graças ao habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com a liberdade, obtida em junho, Dirceu teve a chance de viajar por 19 capitais brasileiras para divulgar seu livro Memórias, que escreveu enquanto esteve detido.
Com 72 anos de idade, ele respondeu a várias perguntas e afirmou que fala por si e não em nome do PT ou de Fernando Haddad, que foi derrotado por Bolsonaro nas eleições. Em algumas respostas, Dirceu citou Bolsonaro e fez críticas quanto à legitimidade da vitória do candidato da direita.
– A compra de voto foi descarada e aberta. Só a Justiça Eleitoral não vê. Fora o problema das fake news do WhatsApp. Se fosse o Haddad, já estava cassado. Se encontrassem no filho dele o que encontraram no filho do Bolsonaro, todo mundo já estava pedindo a cassação dele no Congresso e a Lava Jato já estava atrás disso – disse.
Para o ex-ministro é só uma questão de tempo para que os eleitores brasileiros despertem.
– Deixa ele (Bolsonaro) privatizar a previdência, deixa aplicar os cortes de gastos – declarou.
Sobre seu partido, Dirceu defendeu que tudo sempre foi feito para que houvesse melhoria na vida do povo. Ele também analisou a desvalorização que o PT teve diante de boa parte da população.
– Fomos derrotados, faz parte. Vamos tentar voltar ao governo. Sabemos que para isso precisamos ter mais organização, mais força popular, mais consciência política no país. A hora que você aplica a política econômica deles, a luta social e política cresce, o eleitor se alinha com você de novo. Podem acusar o PT de muitas coisas, menos de ser um partido que tentou chegar ao poder por vias que não fossem democráticas – avaliou.
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