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Entrevista: Bolsonaro avalia ações de apoio ao governo

"As manifestações vieram do coração do povo", disse o presidente

Ana Luiza Menezes - 26/05/2019 23h58 | atualizado em 27/05/2019 07h36

Na noite deste domingo (26), o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record TV. Ele respondeu a perguntas sobre as passeatas e as propostas do governo.

Bolsonaro afirmou que não viu os atos de domingo como um protesto, mas sim como uma manifestação pacífica da população. Ele destacou que não houve registro de carros queimados, nem de prédios depredados ou boletins de ocorrência.

– Veio do coração do povo se manifestar em prol de uma pauta, ainda indefinida. (…) Um povo ordeiro, que veio cobrar e pedir nada além de que nós, daqui de Brasília, trabalhemos colocando em pauta matérias que interessa para o futuro do nosso Brasil – avaliou.

COMBATE AOS ANTIGOS HÁBITOS
O líder do Executivo falou ainda sobre o fim de velhas práticas, habituais de governos anteriores. Segundo ele, antigamente era comum que o presidente eleito distribuísse, em especial, ministérios para os respectivos partidos políticos.

– E o povo não quer isso. O parlamento também deu um sinal de que não quer mais isso. Mas, algo está travando a nossa pauta – declarou.

Bolsonaro revelou que tem conversado com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que, segundo ele, têm o mesmo desejo de colaborar com os planos para melhorar o país.

MUDANÇAS URGENTES
Voltando a falar sobre os movimentos populares, o governante ressaltou ainda que espera que todos do poder Executivo, e também os magistrados, compreendam o recado da população. Bolsonaro deseja sensibilizar pessoas que interferem nas leis, a fim de que novos projetos sejam feitos de forma mas rápida e o Brasil saia da situação crítica em que se encontra.

Sobre a reforma tributária, ele afirmou que é preciso agir rápido para destravar a economia brasileira. Em sua análise, o aumento de empreendedores vai gerar mais empregos e, de certa forma, também provocar uma diminuição da violência.

PACTO
Em relação a Maia, Bolsonaro admitiu ainda que os dois não têm conversado com a frequência necessária. Ele optou por manter a paz e não fazer críticas, defendendo que é tempo de fazer o que o povo pediu tanto no período das eleições como nas manifestações do fim de semana.

– Ele é uma pessoa importante e acredito que está fazendo a sua parte. Vou conversar com ele durante a semana, novamente, bem como pretendo conversar com o Alcolumre e o [o presidente do Supremo Tribunal Federal] Dias Toffoli, para a gente fazer um pacto e colocar o Brasil no destino que toda essa população maravilhosa quer. Temos tudo para ser uma grande nação – declarou.

PREVIDÊNCIA
Sobre a reforma da Previdência, Bolsonaro pontuou que, em sua viagem ao Nordeste, até políticos de esquerda reconheceram a necessidade da mudança. Ele disse compreender a preocupação de alguns quanto a questões como aumento do tempo de serviço, entre outros.

– Você tem que trabalhar mais para ter um salário mais próximo do que quando estava na ativa e [a reforma] corta muitos privilégios também. Se não enfrentarmos isso, e rápido, o Brasil pode sucumbir economicamente. Como Paulo Guedes falou, fica insustentável nossa situação se não tomarmos uma providência – afirmou.

PACOTE DE MORO
O presidente também foi questionado se o governo pretende colocar o pacote anticrime como uma das prioridades perante o Congresso. De acordo com ele, Maia tem conhecimento da importância da implantação do projeto do ministro Sergio Moro.

– Moro esteve conversando com ele muitas vezes e é um projeto importante porque serve para inibir a violência no Brasil, a lavagem de dinheiro e o combate ao crime organizado. Então não tem como inibir esse projeto, uma vez que transformando-se em leis, o governo federal vai ter um poder muito grande de combater a violência e o crime de corrupção – falou.

EDUCAÇÃO
A entrevista foi concluída com uma retratação do presidente. Ele disse que exagerou ao ter chamado estudantes de ‘idiotas úteis’, em função dos protestos pelos cortes na Educação.

Bolsonaro explicou que não houve cortes e sim um contingenciamento. Para ele, os estudantes são também vítimas de professores que os manipulam para que se juntem a atos contra ao governo.

– A garotada foi às ruas contra cortes e não houve cortes. Eu deixei de gastar, não tirei dinheiro do banco. Segurei aproximadamente 3,6% do montante e da despesa e a molecada foi usada por inescrupulosos para fazer uma manifestação política. Nós sabemos que a juventude tem um peso muito grande, mas, me desculpem, foram usados por professores que não têm o compromisso de fazer com que esses jovens sejam, lá na frente, bons profissionais, bons empregados ou bons patrões – analisou.

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