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Em editorial, Estadão avalia que Lula “envergonha o Brasil”

Jornal chamou o ditador da Venezuela, celebrado por Lula, de "tirano"

Thamirys Andrade - 31/05/2023 14h12 | atualizado em 31/05/2023 15h50

Lula recebe Maduro em Brasília Foto: EFE/André Coelho

Vergonha. Esse foi o sentimento que os editores do jornal O Estado de São Paulo expressaram acerca da celebração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Para o periódico, o petista “envergonhou o Brasil de uma maneira como poucas vezes se viu nos últimos tempos” ao “estender o tapete vermelho” para um “tirano” e sugerir que a Venezuela é uma democracia.

– Na opinião de Lula, todas as inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, de manipulação das eleições e de perseguição a dissidentes e jornalistas naquele país não passam de “narrativa que se construiu contra a Venezuela”. Lula então sugeriu ao “companheiro Maduro” que “construa a sua narrativa”, que “será infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você”. “Eles”, no caso, são os “nossos adversários”, conforme Lula chama aqueles que “vão ter que pedir desculpas pelo estrago que eles fizeram na Venezuela” – citou o jornal.

O Estadão observou que os chamados “adversários” mencionados por Lula são os Estados Unidos e a União Europeia, que impuseram sanções à Venezuela devido ao regime antidemocrático.

– Na “narrativa” de Lula, americanos e europeus simplesmente “não gostam” de Maduro, por puro “preconceito”, e por isso resolveram inviabilizar o governo chavista e as agruras dos venezuelanos, com hiperinflação, escalada da miséria e da fome e êxodo de 7 milhões de cidadãos em poucos anos, seriam resultado das sanções internacionais, e não da ruína do país promovida pelo chavismo – acrescentou o jornal.

Seguindo a linha de colunistas e outros jornais, o Estadão defendeu que o Brasil deveria restabelecer a diplomacia com a Venezuela, visto que exportamos cerca de US$ 1 bilhão e importamos quase US$ 500 milhões do país vizinho, com o qual temos 2 mil quilômetros de fronteira amazônica.

– Nada disso significa, no entanto, que o Brasil deva ignorar que a Venezuela é hoje talvez a mais violenta ditadura da América Latina, só rivalizando com a da Nicarágua, outro país governado por um “companheiro” de Lula, o ditador Daniel Ortega. Não se espera que Lula saia por aí a denunciar os crimes desses tiranos, mas se espera, sim, que ele não insulte a inteligência alheia nem os venezuelanos que padecem horrores sob as patas de Maduro ao declarar que na Venezuela vigora uma democracia plena e que, por isso, Maduro é governante legitimamente eleito – pontuou o jornal.

O Estadão finalizou dizendo que Lula delira ao querer voltar a ajudar a Venezuela financiando obras de infraestrutura, esquecendo-se de que o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad (PT), está “catando moedas no vão do sofá para fechar as contas”.

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