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Em disputa pela Câmara, Maia e Lira batem boca no plenário

Conflito aconteceu por divergência entre as pautas a serem votadas

Pleno.News - 17/12/2020 17h18 | atualizado em 17/12/2020 17h31

Arthur Lira e Rodrigo Maia discutiram durante sessão na Câmara dos Deputados Foto: Reprodução/Orlando Brito

Em campos opostos na disputa pelo comando da Câmara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), tiveram um duro embate na manhã desta quinta-feira (17), numa prévia da queda de braço prevista para fevereiro, quando deputados escolherão quem vai chefiar a Casa nos próximos dois anos. Maia foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de tentar se reeleger, mas pretende lançar um candidato para enfrentar Lira.

O bate-boca foi motivado pelo fato de Maia ter iniciado pela manhã as votações na Câmara, ignorando que o Congresso teria sessão no mesmo horário para votar projeto de interesse do governo. Não é possível que as duas sessões ocorram simultaneamente.

– Não fui comunicado ontem da sessão do Congresso por ninguém. O presidente do Congresso não me ligou, ninguém do governo me ligou, nenhum líder me ligou – argumentou o deputado.

Lira, que conta com o apoio do Palácio do Planalto para suceder Maia e que, nos últimos meses, tem atuado como um líder informal do governo, apelou para que a sessão da Câmara fosse cancelada.

– A pauta do Congresso tem um item. A da Câmara tem 26 itens, 30 itens, 40 itens, não temos mais o controle. A pauta da Câmara fugiu do controle do colégio de líderes. É um apelo que faço. Vários deputados, inclusive eu, não temos sido comunicados de inclusão de pautas há muito tempo nesta Casa – disse ele, reclamando com Maia de também não ser avisado previamente sobre o que vai ser votado.

Maia insistiu no argumento.

“Deixa eu terminar que o senhor vai entender […] Eu só fui comunicado hoje pela manhã. Toda vez que tem sessão do Congresso…”, disse, sendo interrompido por Lira: “Como não foi comunicado? A pauta foi publicada”, rebateu o líder do Centrão.

Pouco antes, o deputado Giovani Cherini (PL-RS), aliado de Lira, disse que Maia estava sendo autoritário ao não encerrar a sessão para permitir a reunião do Congresso.

– O senhor não é o dono da Câmara nem o rei. O senhor precisa ouvir os deputados, os partidos. Vamos conversar, presidente. Não podemos fazer beicinho. Político que faz beicinho não é político – disse Cherini, em participação virtual no plenário, aparecendo por vídeo de dentro de um carro.

Maia rebateu, mas logo em seguida pediu desculpas pelas fala.

– O senhor está no carro, e eu estou no plenário, trabalhando – disse.

O debate seguiu por alguns minutos até Maia concordar em votar apenas uma medida provisória na Câmara e, em seguida, liberar o plenário para a sessão do Congresso.

Lira tem atualmente o apoio de dez partidos para a presidência da Câmara, na disputa agendada para 1º de fevereiro. Já Maia tenta unir a oposição com um bloco de seis partidos, para lançar um candidato ainda indefinido entre os nomes de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP).

*Estadão

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