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Em despedida, Pazuello liga saída da Saúde a complô político

General afirmou estar seguro de que deu o melhor no cargo

Pleno.News - 24/03/2021 18h10 | atualizado em 24/03/2021 18h34

Lançamento do Programa Saúde com Agente contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro Foto: Carolina Antunes/Palácio do Planalto

Ao se despedir do Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (24), Eduardo Pazuello ligou a sua demissão a um complô político. O general disse que até boatos de que seria contra o uso de hidroxicloroquina foram levados ao presidente Jair Bolsonaro. Desgastado, Pazuello foi substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga, mas deve receber novo cargo no governo.

Em discurso feito ao inaugurar a sua imagem na galeria de ex-ministros, o general afirmou estar seguro de que deu o melhor no cargo e declarou não saber o que mais poderia ter feito. Pazuello disse que desagradou a interesses ao não distribuir recursos por critérios políticos. Ele afirmou que recebeu uma lista de municípios que deveriam ser priorizados, mas não detalhou de onde partiram essas pressões. Disse, ainda, que não atendeu a estes pedidos.

Presente na despedida, Queiroga fez um discurso breve. Afirmou que Pazuello é o “general da vacina” e que a história irá julgá-lo. Afirmou também que as ações do militar foram importantes para salvar vidas na pandemia de Covid-19.

A demissão do general foi apoiada por lideranças do Centrão, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O nome preferido por Lira e outras autoridades para o cargo, porém, não era o de Queiroga, que foi uma escolha pessoal de Bolsonaro.

Ao deixar o ministério, o general também disse que, sem o seu aval, uma equipe da pasta tentou divulgar nota técnica defendendo medicamentos contra a covid-19. Ele não citou quais medicamentos seriam, mas disse que a nota poderia prejudicar a Saúde. Essas tratativas teriam ocorrido em fevereiro. Pazuello também afirmou que esse mesmo grupo levou “fake news” a Bolsonaro, dizendo que ele seria contra a hidroxicloroquina e o tratamento precoce.

Sob bombardeio político e até interno do ministério, o general disse ter percebido que não iria durar no cargo. Afirmou que havia ações orquestradas contra a sua gestão.

Pazuello voltou a falar que as curvas da pandemia, no fim de 2020, apontavam para uma queda de infecções. Disse que as mutações abriram uma etapa mais dura da doença no País.

Pazuello ficou seis meses como ministro da Saúde, mas desde maio do ano passado ocupava o cargo como interino. Antes, foi secretário-executivo na gestão de Nelson Teich, que durou 29 dias.

Ao repetir que há interesse político sobre o ministério, o general aconselhou Queiroga a não ceder às pressões. Ele afirmou, ainda, que preparou Estados e municípios para enfrentar a pandemia e se defendeu das críticas sobre omissão do governo para evitar o colapso de algumas regiões, sob o argumento de que prefeitos e governadores também têm responsabilidades sobre o SUS.

*Estadão

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