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Em carta à mão, Otoni pede perdão a Moraes por tê-lo xingado

"Fui vencido pelo destempero e seduzido por aquele momento de ataque às instituições", disse o deputado

Thamirys Andrade - 20/06/2025 16h26 | atualizado em 20/06/2025 17h26

Deputado Otoni de Paula Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) enviou uma carta escrita à mão para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pedindo perdão por tê-lo chamado de “lixo”, “canalha” e “déspota” durante lives feitas em 2020, época em que era vice-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados.

O parlamentar afirmou que proferiu os xingamentos porque estava “movido e tomado de forte emoção e sentimento de injustiça”. Ele declarou ter se excedido ao se dirigir ao magistrado de “forma desrespeitosa” e alegou ter sido levado por um momento político de “ataque às instituições”.

– Sou pastor há mais de 30 anos das Assembleias de Deus, portanto, tal comportamento e vocabulário ofensivo, são inaceitáveis pela Igreja, mas fui vencido pelo destempero e seduzido por aquele momento de ataque às instituições, uma página triste na política brasileira. Por essa razão quero demonstrar à Vossa Excelência meu profundo arrependimento, pedindo escusas à Vossa Excelência – reiterou.

Leia a carta completa a seguir:
Excelentíssimo sr. ministro do STF dr. Alexandre de Moraes

Venho respeitosamente, através desta carta, redigida por mim mesmo, a Vossa Excelência, com objetivo de lhe pedir perdão, como tive a oportunidade, mesmo que rapidamente, lhe pedir em solenidade no Palácio do Planalto no ano passado, por minhas declarações ofensivas e desrespeitosas a Vossa Excelência em duas infelizes ocasiões.

A primeira quando Vossa Excelência determinou a quebra dos meus sigilos. Soube da decisão de Vossa Excelência através da imprensa. Naquele momento, vi minha honra como político, pastor e chefe de família sendo exposta à opinião pública, tão acostumada a associar tais decisões judiciais à corrupção ou algo parecido. Por viver da minha imagem e sabedor que tenho pautado minha vida pública e privada na honestidade, tomei a decisão de abrir uma live pela minha rede social com o intuito de me defender e, justamente, nesse momento, tomado de forte emoção, acabei me excedendo e acabei me dirigindo a Vossa Excelência com um nível de desrespeito que me envergonho hoje.

A segunda ocasião, que se deu em menos de 30 dias do ato acima mencionado, foi durante uma outra live, esta motivada a defender o sr. Oswaldo Eustáquio, embora até aquele presente momento nunca ter estado com o jornalista pessoalmente.

Apenas pelas redes sociais, me posicionei em sua defesa, diante de uma decisão de Vossa Excelência. Nesse momento, ainda movido e tomado de forte emoção e sentimento de injustiça pela decisão de Vossa Excelência, relatado no parágrafo acima, mais uma vez me excedi ao me dirigir a Vossa Excelência de forma desrespeitosa.

Ministro, sou pastor há mais de 30 anos das Assembleias de Deus, portanto, tal comportamento e vocabulário ofensivo, são inaceitáveis pela Igreja, mas fui vencido pelo destempero e seduzido por aquele momento de ataque às instituições, uma página triste na política brasileira. Por essa razão quero demonstrar à Vossa Excelência meu profundo arrependimento, pedindo escusas à Vossa Excelência.

Tenho consciência que o julgamento que serei submetido no plenário da Suprema Corte, por ofensas a Vossa Excelência, pode estabelecer a perda do meu mandato parlamentar e o fim da minha carreira política, mas suplico o favor de Vossa Excelência, que me ajude a não viver essa vergonha diante dos meus filhos e Igreja.

Mais uma vez, perdão

Dep. Otoni de Paula

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