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Durante evento, Bolsonaro critica ideologia na educação

Para o presidente, qualidade do ensino não está boa

Ana Luiza Menezes - 09/08/2019 21h47

Presidente Jair Bolsonaro Foto: PR/Marcos Corrêa

Em festa do Dia dos Pais, comemorada no colégio particular onde estuda a sua filha caçula, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta sexta-feira (9) que a educação no país “não vai muito bem” e criticou a “ideologia de gênero” nas unidades de ensino.

Em discurso gravado por pais de estudantes e ao qual Folha teve acesso, ele atribuiu à ideologia nas salas de aula os problemas nos níveis de educação no país e disse que tem trabalho para afastá-la do ambiente escolar, já que seu objetivo, segundo ele, é formar uma “militância”.

– A educação do Brasil, com as exceções de praxe, não vai muito bem. Em grande parte, devemos isso a uma ideologia que, ao longo de décadas, foi se aproximando das escolas. O que nós queremos é que os nossos filhos sejam bem instruídos. O trabalho é de tirar e afastar certas ideologias, como a ideologia de gênero, pessoas que estão preocupadas apenas em fazer com que, no futuro, tenhamos militância – disse.

O discurso do presidente foi feito aos pais de estudantes em um auditório na escola onde estuda Laura Bolsonaro, de 8 anos, antes de uma apresentação dos alunos. Segundo uma mãe de aluno, a direção da escola consultou os pais sobre permitir ou não que o presidente fizesse um discurso e a maioria foi favorável.

Bolsonaro disse ainda que o sonho dele é fazer com que a nova geração seja mais bem educada que a dele. A teoria de gênero, reconhecida academicamente, estabelece que gênero e orientação sexual são construções sociais, e não apenas determinações biológicas. Já para segmentos da direita, a “ideologia de gênero” é um ataque ao conceito tradicional de família.

O termo ideologia de gênero foi criado pela Igreja Católica e citado pela primeira vez em 1998, em uma nota da Conferência Episcopal do Peru. Ele acabou adotado por grupos radicais de direita.

No mês passado, o presidente disse que irá alterar o formulário de solicitação de passaportes. Em café da manhã com a bancada evangélica, ele afirmou que nos campos relativos à filiação do requerente serão substituídas as palavras genitor 1 e genitor 2 por pai e mãe.

Em 2017, a Polícia Federal adotou o termo genitor para contemplar novas formações familiares, como as compostas por casais homoafetivos. A iniciativa de alterar a solicitação do passaporte não é a primeira tomada pelo Ministério das Relações Exteriores no combate às discussões de gênero.

Recentemente, diplomatas brasileiros receberam instruções oficiais para que, em negociações em foros multilaterais, reiterem o entendimento do governo brasileiro de que a palavra gênero significa o sexo biológico: feminino ou masculino.

*Folhapress

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